Pesquisa sobre variação anatômica associada à instabilidade do ombro é premiada em Montevidéu

O cirurgião ortopédico Américo Zoppi Filho, professor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, recebeu o Prêmio Tornier, entregue pela Sociedade de Ortopedia e Traumatologia do Uruguai e Sociedade Latino-americana de Ombro e Cotovelo, durante o XVII Congresso SOTU e XX Congresso SLAHOC, realizados este mês, em Montevidéu. A pesquisa “Correlação entre o Complexo de Buford e Instabilidade Glenoumeral” foi contemplada na categoria Melhor Trabalho Livre e sugere que variação anatômica pode ser fator predisponente à instabilidade do ombro. Veja o certificado.

A pesquisa também contou com a participação dos pesquisadores Carlos Eduardo Alves, Felipe Alberto Piva, Fernando Kenji Kikuta, Giovana Medina, Guilherme Grisi Mouraria, Márcio Alves Cruz, Paulo Hinninger Neto, Renato Aroca Zan e Sérgio Paulo Coelho; e teve como objetivo, verificar a incidência da variação anatômica conhecida por Complexo de Buford em pacientes submetidos à artroscopia de ombro.

O estudo avaliou as cirurgias artroscópicas realizadas no Hospital de Clínicas da Unicamp, entre 2011 e 2013, em 270 pacientes, para tratamento de instabilidade glenoumeral e lesão de manguito rotador. A variação anatômica Complexo de Buford, investigada, foi encontrada em 4,07% dos pacientes. Dos 51 pacientes que apresentavam instabilidade do ombro, cinco apresentavam a variação anatômica Complexo de Buford. Os demais 219 pacientes apresentavam lesão tendinosa, e dentre esses, seis possuíam a variação anatômica.

Para verificar se a ocorrência do Complexo de Burford é maior em pacientes com instabilidade glenoumeral do que em pacientes com lesão tendinosa, os pesquisadores realizaram teste de hipóteses com a ajuda de um software de estatística. Verificou-se que a incidência do Complexo de Buford é maior nos pacientes com instabilidade no ombro, existindo correlação entre ambos.