Gestão enxuta para a saúde é tema de simpósio

Lean Thinking, traduzido como Pensamento Enxuto, é a dinâmica baseada no conhecimento e no processo focado no cliente, por meio do qual todas as pessoas, em uma definida empresa, eliminam continuamente os desperdícios com o objetivo de criar valor. Dois dos conceitos básicos são: o respeito às pessoas e discutir coletivamente os problemas para resolvê-los. Adotado por grandes empresas como Toyota e Embraer, por exemplo, e incentivado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) dos Estados Unidos, este modelo de gestão chega agora a área da saúde.

A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer e o núcleo de educação do MIT promovem nesta quinta-feira (29), no auditório da FCM, o Simpósio Lean Enterprise e Lean Healthcare. Segundo o neurologista Li Li Min, representante educacional da rede de cooperação acadêmica do Lean Advancement Initiative do MIT, a abordagem Lean Healthcare é uma alternativa de gestão para o Sistema Único de Saúde (SUS), já utilizada em hospitais de vários países e o sucesso se comprova através dos resultados qualitativos e quantitativos.

Um diagnóstico incorreto na primeira vez pode ser devido às complexidades inerentes de algumas doenças. Porém, se for seguido de ações desconexas e aleatórias, torna-se um problema sério. Ficar na fila a espera de uma consulta, por exemplo, não agrega valor. Ao adotar o Lean, você está iniciando uma jornada sob os preceitos de convivência respeitosa entre as pessoas e uma busca da melhoria contínua no atendimento público de saúde”, explicou Li Min.

O diretor da FCM, Mario José Abadalla Saad, disse que esse método de gestão é uma coisa nova, mas que despertou o interesse tanto para os hospitais quanto para a gestão acadêmica da universidade. O perfil dos participantes do simpósio é bem eclético: vai desde pessoas que trabalham na indústria e na saúde, até estudantes de cursos de administração e medicina.

“Gestão faz parte do cuidar da saúde como um todo e não apenas do paciente. Trata-se de torná-los mais fáceis de executar e menos propensos a erros, simplificando sequências, fazendo o que tem de ser feito mais transparente, eliminando reduplicação das atividades e etapas desnecessárias”, disse Li Min.

O simpósio tem o apoio da Tecnologia e Sistemas Avançados (TECSIS), Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas e do Lean Institute Brasil.

Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP