Seminário na Unicamp discute envelhecimento, de 22 a 24

Na próxima semana, de 22 a 24 de abril, acontece na Unicamp o VIII Seminário de Pesquisa em Gerontologia e Geriatria. O evento é realizado pelo Programa de Pós-graduação em Gerontologia e Departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Tradicionalmente, a atividade reúne todos os coordenadores dos cursos de pós-graduação em gerontologia do Brasil abordando questões como o envelhecimento populacional, gênero, cuidado, políticas públicas, dentre outros. Em 2015, a “Avaliação Geriátrica Ampla” estará no foco dos debates. Veja a programação.

“A velhice é fruto de uma história, de maneira que as queixas, necessidades ou demandas dos idosos não são isoladas, mas contextualizadas na família”, explicou a coordenadora da Comissão de Pós-graduação em Gerontologia da FCM, Anita Liberalesso Neri, sobre a escolha da Avaliação Geriátrica Ampla, como tema do encontro na Unicamp.

De acordo com a pesquisadora, tal conceito engloba uma série de áreas relacionadas ao cuidado da pessoa idosa e propõe uma forma de olhar para a realidade do envelhecimento. “Precisamos ter olhar amplo. Não dá para pensar na incapacidade física do idoso se não pensarmos que as pessoas têm uma história, que de repente não tiveram a oportunidade de praticar ou valorizar uma atividade física”, explicou.

Ainda de acordo com Anita, contextos sociais diversos, tais quais, políticas de proteção social, recursos financeiros da família, dentre outros, impactam diretamente na vida e saúde do idoso. “Se chegarmos mais perto, conseguimos atingir o entorno da pessoa e as suas principais características, como por exemplo, os tipos de doença que ela tem, qual o grau de intensidade, e de que maneira tal incapacidade interfere na realização das atividades cotidianas”, exemplificou.

Para a especialista em envelhecimento da FCM, o Brasil conta com um conjunto de políticas públicas já estabelecidas no que diz respeito aos cuidados dos idosos; no entanto, muita coisa ainda precisa ser feita. “A população idosa ainda vive muitas dificuldades, na medida em que todos os problemas são mediados pela desigualdade social. Do ponto de vista da sociedade como um todo, falta um programa de resgate da educação fundamental para que as pessoas possam vir para a vida adolescente e adulta não somente com boas condições de sobrevivência, mas também de qualidade de vida”, disse Anita.