Foi realizada em 18 de maio, no auditório principal da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a solenidade de comemoração dos 50 anos do Cepre - Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto”. A cerimônia de abertura começou com exibição de vídeo de entrevistas sobre a história do Centro. O evento contou com a interpretação em Libras feita pela Central TILS.

Abertura

Maria Fernanda Bagarollo, coordenadora do Cepre, declarou estar honrada por liderar o Centro no momento do Jubileu de Ouro. “Ao olharmos para o passado, o sentimento que predomina é o orgulho e admiração pela rica história que construímos, e que gerou frutos acadêmicos e científicos muito importantes”. A docente lembra que o Cepre foi fundado em maio de 1973 pelo médico otorrinolaringologista Gabriel de Oliveira da Silva Porto, e se estruturou a partir dos atendimentos das áreas da deficiência visual e da surdez.

O prédio, que ficava no centro de Campinas, em 1997 migrou para a Unicamp. Nesses 50 anos, o Cepre já realizou quase um milhão de atendimentos. Maria Fernanda pontua ainda que seu grupo de profissionais de diferentes áreas da reabilitação fez nascer, na FCM, os cursos de graduação em Fonoaudiologia, de pós-graduação em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação e de Residência Multiprofissional – que resultaram em centenas de alunos formados, publicações científicas e trabalhos apresentados em eventos nacionais e internacionais.

Mesa de honra
Maria Fernanda Bagarollo, coordenadora do Cepre, fala na abertura do evento. Foto: Mário Moreira/CAAC

No presente, Maria Fernanda destaca a atuação da assistência, referência em Campinas, RMC e até outros estados. “O Cepre recebe semanalmente cerca de 300 pacientes para realização de exames, terapias, orientações e atividades voltadas a diferentes formas de linguagem. Para o futuro, com apoio da diretoria da FCM e reitoria da Unicamp, vemos despontar a perspectiva da ampliação das instalações do Cepre, com a construção de um novo prédio. Também estudamos constantemente a possiblidade de contratação de novos profissionais”.

Maria Francisca Colela-Santos, coordenadora do curso de Fonoaudiologia, também lembra a criação do curso, em 2002. “A graduação foi concebida pelos docentes do Cepre que almejavam maior integração com atividades acadêmicas institucionais, além de contribuir com a formação de profissionais e expandir o atendimento à população. Em todos ambientes do Cepre ocorre grande parte das disciplinas práticas, com atendimento de usuários, nas diversas especialidades da Fonoaudiologia e deficiências sensoriais, supervisionadas por equipe interdisciplinar de docentes. Essa abordagem diferencia nosso curso dos demais do Brasil”.

Para Cláudio Coy, diretor da FCM, “O Cepre mostra vitalidade ao longo dos anos, na formação de pessoas, na inclusão e no atendimento humanizado baseado em diretrizes científicas fortes. É isso que trouxe pujança até hoje e levou à formação de um curso de graduação de Fonoaudiologia. É motivo de muito orgulho para nossa faculdade ter um centro com essas características e importância social. O Cepre tem uma relevância em políticas de inclusão da saúde pública”.

Libras
Cerimônia contou com tradução simultânea em Libras. Foto: Mário Moreira/CAAC

“Hoje celebramos uma festa da interdisciplinaridade. Ela representa todos que estamos aqui: alunos, ex-alunos, profissionais da área, funcionários, docentes ativos e aposentados. Esse encontro nos causa muita alegria, não apenas pelos 50 anos, mas também porque temos como perspectivas de futuro interdisciplinaridade, inovação e ousadia. É bom parar nosso dia a dia para refletir um pouco sobre isso”, discursou Adriana Lia Laplane, chefe do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da FCM. 

Paulo Renato Guimarães, diretor da Secretaria de Assistência Social de Campinas e presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, esteve representando o prefeito Dário Saadi. “A municipalidade tem se colocado à disposição para construção de políticas públicas. Eu acredito muito na missão do Cepre no tocante à pesquisa e desenvolvimento, além da inclusão das pessoas com deficiência. O Centro tem se mostrado uma referência em Campinas, RMC e no Brasil”. Paulo também lembrou que o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência é órgão interlocutor com o poder público para captação das demandas. “Utilizem-no, para que essas pesquisas reverberem na sociedade”.

Marcos Vinicius Arruda, que também é membro do Conselho, lembrou que, em sua trajetória, foi atendido no Cepre, estudou e trabalhou na Unicamp. “O Cepre vai muito além de tratar a criança surda. A família muitas vezes não sabe o que fazer quando recebe o diagnóstico. É realmente espetacular o que o Cepre realiza, com todos os recursos disponíveis que existem. Com as pesquisas aqui a gente confia no trabalho desempenhado, que tem o objetivo de auxiliar a população. Espero que mais pessoas possam usufruir desses serviços oferecidos”. 

RH Cepre
Professores e funcionários que participam dos 50 anos do Cepre. Foto: Mário Moreira/CAAC

O evento seguiu com homenagens aos ex-coordenadores do Cepre e apresentação cultural de Mariana Abreu e João La Fúria, do Estúdio Flamenco Soniquete. Na manhã, houve ainda a palestra “Olhar a reabilitação com olhar inclusivo”, ministrada pelo professor da Universidade de Lisboa, David Antonio Rodrigues. No período da tarde, a programação prosseguiu com mesa-redonda e palestras.

Sobre o Cepre

O Cepre iniciou suas atividades de atendimento às pessoas com deficiência visual e surdez em 1973. Ao longo dos anos, ampliou suas atividades também para o ensino e pesquisa. O centro conta com uma equipe interdisciplinar para atuar na reabilitação das áreas de Fonoaudiologia, deficiência visual e surdez. Tem grande responsabilidade na formação de alunos de graduação e pós-graduação, ampliando sua atuação com visão interdisciplinar e integrada dos processos de desenvolvimento humano no que se refere às deficiências, à comunicação humana, à linguagem, habilitação e reabilitação.

Dança flamenca
Mariana Abreu e João La Fúria, do Estúdio Flamenco Soniquete. Foto: Mário Moreira/CAAC

Confira a íntegra do evento

Vídeo com depoimentos

Abertura e palestra (manhã)

Palestras (tarde)