O período da adolescência é marcado por intensas modificações corporais e psíquicas. Nesta fase podem surgir distúrbios alimentares, entre eles a anorexia e a bulimia.  É importante o reconhecimento precoce dessas situações para diminuir o risco de complicações e aumentar a chance de cura.

Nos meios de comunicação seja ele revista, televisão ou internet, há uma supervalorização do corpo, com uma ditadura de beleza associada à magreza. Enfrentando essa mídia, temos o adolescente, cheio de inseguranças com as suas mudanças corporais, e cheio de conflitos. A batalha é injusta e caso o adolescente não tenha uma estrutura psicológica, com uma rede de apoio bem estruturada, ele fica vulnerável a desenvolver esses distúrbios.

Os dois pilares principais da anorexia e bulimia são a preocupação excessiva com o corpo e ter o alimento como "controlador da vida", com uma preocupação excessiva com a quantidade calórica de cada alimento, sentimento de culpa frente à alimentação, ou perda do controle sobre ela.

Na anorexia ocorre: baixo peso, com IMC (índice de massa corpórea) abaixo do limite inferior para a idade, associado a medo intenso de engordar. Esses pacientes comem muito pouco e fazem muita atividade física. Apesar de sua magreza extrema se acha gorda/o. Pode ocorrer vômitos ou uso de laxativo. Por conta da desnutrição ocorre alteração menstruais até amenorreia, fraqueza muscular, câimbras, alteração de unhas, pele e cabelos, alterações cardíacas como arritmias.

Na bulimia o paciente tem descontrole sobre a própria alimentação, com ingesta excessiva de grandes quantidades, seguido de sentimento de culpa e então provocação de  vômitos. O peso e o IMC geralmente são normais, podendo estar acima do esperado para idade. As manifestações clínicas são mais discretas, com alterações de mucosa oral e no esmalte dentário pelos vômitos repetidos, machucados nos dedos e unhas usados para provocar os vômitos e problemas gastrointestinais.

O tratamento de qualquer distúrbio alimentar é feito de forma multiprofissional e envolve não só o paciente, mas também a família e o meio em que ele está inserido. A recuperação do peso deve caminhar em paralelo ao tratamento psicológico e psiquiátrico por períodos prolongados, com alta chance de recidiva. Na maior parte dos casos é necessário o uso de medicamentos para problemas psiquiátricos.

Não é função apenas do médico, mas também dos pais, amigos e familiares atentar para os adolescentes, conversar e estimular discussões sobre sentimentos, medos, conflitos, para evitar que, não só distúrbios alimentares, mas outras doenças psíquicas brotem e tomem espaço dentro da mente.

 

Equipe Adolescentes

 

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