Manual inédito orienta médicos generalistas no tratamento de pacientes com epilepsia

Enviado por Camila Delmondes em Sex, 23/02/2018 - 10:37

O Ministério da Saúde acaba de lançar um manual inédito no país para avaliação e manejo de pacientes com epilepsia. A publicação intitulada “Avaliação e conduta da epilepsia na Atenção Básica e na Urgência e Emergência” foi traduzida pelo neurologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Li Li Min, a partir do protocolo de intervenção em Saúde Mental já adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e contou com a revisão técnica de diversos profissionais e organizações especialistas no assunto.

Acesse a publicação online.

O manual pode servir de referencial aos profissionais que estão na linha de frente das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), como os médicos generalistas. “A pessoa com epilepsia pode vivenciar situações muito adversas, desde a necessidade de consulta ambulatorial à internação num momento de crise. O guia contribui para dinamizar o atendimento, com a condução adequada dos casos a partir de pontos nodais de decisão”, explica Li.

Comparado ao protocolo da OMS, o guia brasileiro aborda – além do atendimento ambulatorial – a avaliação e conduta que deverá ser adotadas pelos médicos em situações de urgência e emergência pré-hospitalar. Além disso, também há recomendações sobre as etapas da intervenção farmacológica, do início da terapia com a droga antiepiléptica, ao acompanhamento, até a interrupção da medicação.

“Lidamos com medicações de primeira linha no tratamento dos pacientes, que são o Fernobarbital, Valproato de Sódio, Carbamazepina e Fenitoína, disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde. Esse é outro diferencial brasileiro, já que nem todos os sistemas de saúde internacionais dão aos pacientes o acesso gratuito a essas drogas”.

Ainda de acordo com Li, outro diferencial da publicação do Ministério da Saúde são as recomendações à comunidade médica quanto ao tratamento psicossocial dos pacientes, que também leva em conta ações educativas e preventivas junto aos familiares e às comunidades locais.

“Abordamos questões sociais como a exclusão e o preconceito que são tão danosas aos pacientes quando a própria doença. Nosso objetivo é fazer com que os profissionais entendam os pacientes para além das crises em si, ou seja, que elas também desencadeiam repercussões na vida pessoal dos pacientes”.

Ficha Técnica
Elaboração, distribuição e informações

Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática

Organização
Cintia Marino Morasco, Neli Muraki Ishikawa e Vânia Kelly Alves da Silva

Tradução
Li Li Min

Colaboração
Ana Carolina Coan, Carlos Guerreiro, Carlos Silvado, Danusa Brandão, Felipe Cavalcante, Fernando Cendes, José Eduardo Fogolin, Leonardo Monteiro Savassi, Kátia Lin, Li Li Min, Luis Otavio Caboclo, Marleide Mota Gomes, Maria Carolina Doretto, Maria Luiza de Manreza, Marilisa Guerreiro, Patrícia Sampaio Chueiri, Paula Teixeira Fernandes, Raquel Vaz Cardoso, Sheila Martins, Patrícia Tambourgi

Revisão técnica
Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia, Liga Brasileira de Epilepsia, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Brasileira de Epilepsia, Federação Brasileira de Epilepsia, E-Jaguar e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade