Qualificações e Defesas - Detalhes
FATOR DE ABSORÇÃO CORPORAL EFETIVO E CONSTANTE DE TAXA DE DOSE DE PACIENTE PARA RADIONUCLÍDEOS DA PRÁTICA DE MEDICINA NUCLEAR | ||
Candidato(a): André Luís Santos de Melo |
Banca avaliadora Titulares Barbara Juarez Amorim - Presidente, Universidade Estadual de Campinas George Barberio Coura Filho - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Octávio Frias de Oliveira Edna Marina de Souza - Centro de Engenharia Biomédica - Unicamp Suplentes Antonio Renato Perissinotto Biral Lauro Wichert Ana - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo |
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ResumoNas instalações de Medicina Nuclear, os projetos de blindagem consistem no cálculo de barreiras a serem adicionadas nas paredes de salas que abrigarão pacientes injetados com radiofármacos (salas de repouso e salas de exame). Esses projetos visam proteger as pessoas do entorno dessas salas dos efeitos nocivos das radiações ionizantes emitidas por esses pacientes. Para realizar os cálculos são necessárias muitas informações e, entre elas, a absorção corporal da radiação pelo paciente ou a taxa de dose emitida pelo paciente. Atualmente, os valores conhecidos da absorção corporal de radiação foram obtidos via cálculos teóricos ou simulações computacionais; enquanto que da taxa de dose emitida pelo paciente foram obtidos via revisão bibliográfica. O objetivo do presente estudo foi obter a absorção corporal da radiação do paciente e a constante de taxa de dose, uma grandeza que permite determinar a taxa de dose emitida por pacientes a partir de medidas diretas da radiação emitida pelo próprio paciente. Metodologia: Avaliamos 50 pacientes de PET injetados com 18F-FDG e 50 pacientes de cintilografia óssea injetados com 99mTc-MDP. Foram medidas as taxas de dose emitidas pelos pacientes a uma distância fixa de 2 metros através de quatro detectores de radiação, sendo, o principal, uma câmara de ionização (Radcal® Accu Dose) e outros três detectores para fins de comparação. As medidas de taxa de dose foram realizadas em dois momentos distintos: 1) imediatamente após a injeção do radiofármaco e 2) após a biodistribuição, imediatamente antes do exame de imagem. A quantidade de radiação absorvida pelo corpo do paciente foi representada pela grandeza que denominamos Fator de Absorção Corporal Efetivo (FACE) e foi determinada por meio de uma relação entre as taxas de dose emitidas por uma fonte pontual e paciente. Nós também calculamos a constante de taxa de dose realizando uma normalização da taxa de dose medida pela atividade administrada e a distância paciente-detector. Resultados: O valor médio de FACE obtido com o detector principal para flúor-18 imediatamente a injeção foi de 28 e após a biodistribuição 24 . Quanto ao tecnécio-99m, o valor médio foi de 29 após injeção e 60 após biodistribuição. O valor obtido para a constante de taxa de dose no ar após injeção utilizando o detector principal foi de 4,4 μSv∙m²/mCi∙h para o flúor-18 e 0,66 μSv∙m²/mCi∙h para o tecnécio-99m. Conclusão: Levar em consideração o FACE ou a constante de taxa de dose do paciente nos cálculos de barreira tem fundamental importância para a otimização dos projetos de blindagem. Os valores de FACE obtidos para o tecnécio-99m, praticamente dobraram no instante após a biodistribuição em relação ao instante após a injeção. Isso deve-se à biodistribuição do radiofármaco no corpo do paciente. Os valores de FACE obtidos com o flúor-18 corroboraram os resultados da literatura. Sendo assim, recomendamos que em projetos de blindagem envolvendo tecnécio-99m, o cálculo da barreira seja realizado considerando o valor de FACE adequado à finalidade da sala (repouso ou exames) que receberá a blindagem. |