Espetáculo de música e artes cênicas
encerra o projeto de artista residente

13/06/2016 - 16:01

O compositor e instrumentista Raimundo Penaforte, artista residente do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, faz sua última apresentação nesta segunda-feira (13) na Unicamp à frente do espetáculo “Tudo que tem som, soe!”. O evento, gratuito e aberto, será realizado no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade, às 20 horas. Também já foi exibido no último dia 6, no Marco Zero, dentro do Projeto Artista Residente Unicamp 2016, do Gabinete do Reitor. Segundo Penaforte, “os participantes se expressarão de forma poética, musical, coreográfica, cênica (e científica) para, juntos, formarem um todo artístico através da junção de diferentes partes”. 

Penaforte começou esse projeto em março deste ano com oficinas semanais (às quintas-feiras) de improvisação. “Mas era improvisação realmente crua, bruta, não como se faz no jazz ou improvisação de música erudita e contemporânea. Era improvisação do nada para alguma coisa”, contou. "Todas as oficinas foram ótimas, e o resultado apareceu. Não posso dizer o que vai acontecer hoje à noite porque eu também não sei. Não existe nenhuma nota no papel, nenhuma palavra. Vou dar as instruções para que os músicos façam as improvisações por eles mesmo.”

Penaforte se inspirou em grande medida no instrumentista Hermeto Pascoal, o "bruxo da improvisação". “Num dia escuro, em que não vemos luz no fundo do túnel, é o tipo de artista que pego todas as suas músicas e as toco inteirinhas. No final do dia, ele é o melhor exorcista que existe, o melhor psiquiatra. Daí a gente toma um copo de água, toma um banho e vai à luta”, comentou. Outros músicos que também o influenciaram foram Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, John Cage, Arrigo Barnabé, Sivuca, Ligeti, entre outros.

No IA, Penaforte teve como referenciais nesse projeto o diretor do IA, Fernando Hashimoto, e a professora de Artes Cênicas, Gracia Maria Navarro. Em sua opinião, é um bom caminho para o aluno começar pela improvisação. “Quisera eu ter tido essa formação na minha juventude. Depois fui atrás e foi graças aos Hermetos e Gismontes da vida que eu descobri essa possibilidade”, ressaltou. Para a professora Gracia Navarro, essa participação de Penaforte foi importantíssima. Ela também chamou a atenção para o projeto Artista Residente, assim como para o edital Professor Especialista Visitante, que são formas de outros artistas virem à Universidade de Campinas. “São profissionais renomados para as artes e que não têm, necessariamente, formação acadêmica. O projeto é portanto bem-vindo, e Penaforte fecha sua participação com chave de ouro”, destacou.

Penaforte fica em Campinas até o final de julho, depois segue para Fortaleza, para visitar a família e para desenvolver um projeto de cordas na Universidade Federal do Cariri (UFCA), no campus do Crato. No dia 14 de agosto próximo, ele retorna a Nova Iorque. Saiba mais sobre Penaforte.