Forças estranhas: Uma colaboração psicanalítica ao efeito visual da ayahuasca
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Candidato(a): Rodolfo Henrique Olivieri |
Orientador(a): Luis Fernando Farah De Tofoli | Mestrado em Ciências Médicas |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/05/2024, 08:30 hrs. |
Local: Anfiteatro da Pós-Graduação/FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Luis Fernando Farah De Tofoli - Presidente Francisco Ronald Capoulade Nogueira- IPEP - Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise nos Espaços Públicos Mario Eduardo Costa Pereira
| Suplentes Ricardo Primi Egberto Ribeiro Turato
| Resumo
O presente trabalho se propõe a contribuir com a reaproximação entre a psicanálise e o uso de substâncias psicodélicas, sobretudo a ayahuasca, uma decocção tradicionalmente consumida por diversos povos das Américas, e hoje por milhares de pessoas ao redor do mundo, em contextos rituais tradicionais, religiosos e ecumênicos. A ayahuasca, também conhecida como Daime, Vegetal, yajé, nixi pae e hoasca, é produzida principalmente a partir do cipó Banisteriopsis caapi e da folha da Psychotria viridis. O começo da relação entre psicanálise e psicodélicos data do século passado, especialmente a partir da década de cinquenta, após a síntese da dietilamida do ácido lisérgico (LSD) por Albert Hofmann na Suíça, e posterior popularização da substância entre cientistas e médicos psiquiatras, muitos deles com profunda influência psicanalítica, na Europa, Estados Unidos, Canadá e América Latina. Outras substâncias foram estudadas neste período, como a mescalina e a psilocibina, e posteriormente a ayahuasca. O indivíduo, ao consumir uma substância psicodélica, experimenta uma profunda mudança em seu corpo, em suas emoções, em seus sentidos e em sua subjetividade, mudanças essas que indicam cada vez mais um grande potencial terapêutico para transtornos psiquiátricos como a ansiedade, a depressão e consumo abusivo de psicoativos. A experiência com a ayahuasca promove algo denominado pelas religiões ayahuasqueiras como mirações. Trata-se de uma rica vivência visual com cores e formas abundantes e fascinantes, assim como imagens que emergem como formações inconscientes semelhantes aos sonhos, com um roteiro livre e original que aparenta sofrer os mesmos processos de codificação dos sonhos: deslocamento e condensação. A ayahuasca pode trazer à tona material inconsciente, e com um crescente uso urbano desta e de outras substâncias psicodélicas, cresce a necessidade de integração e elaboração deste material. Os psicanalistas devem estar à altura de tal desafio. Assim como nos sonhos, proponho neste trabalho que tais mirações se apresentam não apenas como imagens que dizem algo do sujeito inconsciente em sua relação com o desejo, mas também que possuem estrutura de linguagem, sendo relevante, após a experiência, a possibilidade de transformar tão intensa vivência em palavra. Em conclusão, a combinação da psicanálise com as vivências psicodélicas pode apresentar uma perspectiva única sobre o inconsciente na relação com a linguagem. Se no passado essas substâncias foram pensadas como modelo de compreensão da psicose, hoje podem servir como um poderoso aliado do psicanalista para abertura de novos temas em análise, novos insights e novas formas de discurso.
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Adenosina Quinase como novo alvo terapêutico para tratamento de transtornos do espectro autista.
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Candidato(a): Irene Layane de Sousa |
Orientador(a): Kleber Gomes Franchini | Doutorado em Fisiopatologia Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/05/2024, 14:00 hrs. |
Local: Anfiteatro FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Kleber Gomes Franchini - Presidente Juliana Ferreira de Oliveira- CNPEM / LNBio Silvio Roberto Consonni Eder De Carvalho Pincinato Ana Helena Macedo Pereira- CNPEM / LNBio
| Suplentes Enrico Ghizoni Alisson Campos Cardoso - CNPEM / LNBio Danieli Cristina Gonçalves - Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais
| Resumo
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por déficits nas interações sociais, comunicação e comportamentos repetitivos, frequentemente acompanhados por comorbidades como epilepsia e distúrbios gastrointestinais. A escassez de terapias eficazes para os sintomas, especialmente os ligados às dificuldades sociais, destaca a necessidade de novos estudos. Uma abordagem promissora envolve inibidores da via metabólica da adenosina, que têm propriedades neuroprotetoras estabelecidas. Neste trabalho, investigamos o potencial terapêutico de um novo inibidor da Adenosina Quinase (ADK), o CNP544, para o tratamento de TEA. Inicialmente examinamos as alterações metabólicas e transcricionais em células Hek293 promovidas pela exposição ao CNP544 e sua relação com vias associadas ao TEA. A análise das adaptações metabólicas em células HEK293 após a inibição da ADK revelou associações entre os metabólitos alterados e processos metabólicos relevantes para o TEA, como o metabolismo de glicina, serina, purinas, cisteína e metionina. Além disso, confirmamos a influência da ADK na modulação do ciclo da metionina, o que nos motivou a investigar a transcrição gênica, considerando sua importância nos mecanismos epigenéticos. Análises dos efeitos transcricionais revelou associações entre a regulação de genes envolvidos na modulação do ciclo celular e do metabolismo e desenvolvimento cerebral. Essas mudanças transcricionais estão conectadas a vias compartilhadas com doenças neurodegenerativas e metabólicas. Além disso, os genes diferencialmente expressos após a exposição ao CNP544 mostraram uma sobreposição significativa com genes associados ao TEA, sugerindo a relevância dessas alterações transcricionais no TEA. Esses resultados estabeleceram o ponto de partida para investigações adicionais, utilizando um modelo animal de TEA induzido por exposição pré-natal ao ácido valpróico (VPA) em camundongos. Análises comportamentais desses animais revelaram déficits nas habilidades sociais, comportamentos repetitivos e déficits cognitivos. No entanto, o tratamento com CNP544 mostrou-se eficaz em reverter essas alterações comportamentais. A análise do perfil metabólico cerebral revelou alterações nos níveis de neurotransmissores e aminoácidos em regiões específicas do cérebro, como o hipocampo, cerebelo e córtex. Os animais expostos ao VPA mostraram aumentos nos níveis de neurotransmissores excitatórios, sugerindo uma hiperexcitabilidade neuronal, enquanto o tratamento com CNP544 restaurou esses níveis para a condição normal. Além disso, o CNP544 foi capaz de modular o metabolismo energético, normalizando os níveis de substratos essenciais para a produção de energia celular. Esses resultados destacam o potencial do CNP544 como uma estratégia terapêutica para o tratamento do TEA, agindo tanto nos sintomas comportamentais quanto nas alterações metabólicas associadas à condição. Por fim, caracterizamos as propriedades farmacocinéticas do CNP544. Em estudos in vitro o composto demonstrou alta solubilidade, estabilidade e lipofilicidade, indicando sua capacidade de atravessar barreiras biológicas. Testes de permeabilidade mostraram uma taxa elevada de permeabilidade, sugerindo sua eficácia na absorção intestinal. A alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas prolonga sua meia-vida. Além disso, o composto exibiu alta estabilidade metabólica. Estudos farmacocinéticos in vivo em camundongos confirmaram uma rápida absorção e uma meia-vida de absorção eficiente. Nossos resultados destacam a importância da modulação da adenosina na melhoria dos sintomas do TEA e evidenciam o potencial do composto CNP544 como um candidato terapêutico viável e promissor para essa condição.
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RESPOSTA AO TRATAMENTO E EVOLUÇÃO DO CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREOIDE METASTÁTICO EM LINFONODOS CERVICAIS E RELAÇÃO COM REAÇÃO IMUNE LOCAL
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Candidato(a): Camila Aparecida Moma |
Orientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann | Doutorado em Clínica Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 28/05/2024, 08:30 hrs. |
Local: Anfiteatro da Pós-graduação - FCM/Unicamp |
Banca avaliadora
| Titulares Denise Engelbrecht Zantut Wittmann - Presidente Eliane Maria Ingrid Amstalden Heraldo Mendes Garmes Rosália do Prado Padovani- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Roberto Bernardo dos Santos- Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
| Suplentes Danilo Glauco Pereira Villagelin Neto Arnaldo Moura Neto - Universidade Estadual de Campinas Sylka D'Oliveira Rodovalho - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
| Resumo
O carcinoma papilífero de tireoide tem se tornado cada vez mais prevalente e um dos mais comuns em mulheres. A maior frequência corresponde a tumores menores que dois centímetros, o que não implica de forma significativa na mortalidade. Entretanto, alguns estudos oferecem informações para a individualização do tratamento, visando a evitar as complicações de terapias excessivas.
Neste estudo, comparamos as subpopulações linfocitárias presentes nos linfonodos, acometidos ou não por carcinoma papilífero de tireoide, com o objetivo de identificar características que se correlacionem ao risco de metástases. Assim, foram selecionados 32 casos acompanhados em serviço especializado em câncer de tireoide, sendo 13 casos sem metástase linfonodal (grupo N0) e 19 com acometimento linfonodal (grupo N1). Coletaram-se os dados clínicos e se realizaram as reações imunoistoquímicas para os marcadores CD4 (para linfócitos T CD4+), CD8 (para linfócitos T citotóxicos), FoxP3 (para linfócitos T reguladores), CD25 (para linfócitos T ativados) e CD20 (para linfócitos B) nos linfonodos e na tireoide.
Em relação aos resultados, o grupo N1 apresentou maior tamanho tumoral, maior estadiamento de risco pela American Thyroid Association (ATA), maior frequência de extensão extratireoidiana, menor tempo livre de doença e maior expressão de linfócitos T CD4 no linfonodo, porém, não houve diferença significativa na expressão do FoxP3 ou no padrão de distribuição linfocitária no linfonodo.
Assim, concluímos que a maior expressão de linfócitos T CD4 em linfonodos cervicais está relacionada à presença da metástase e que, neste estudo, não houve outras alterações nos linfonodos que possam prever um comportamento tumoral mais agressivo.
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Candidato(a): Serena Fiorelli Venturini |
Orientador(a): Nelson Filice De Barros | Mestrado Profissional em Oncologia |
| Apresentação de Qualificação |
Data: 28/05/2024, 15:00 hrs. |
Local: Sala de aula disponível da FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Nelson Filice De Barros - Presidente Nely Aparecida Guernelli Nucci Carmen Silvia Passos Lima
| Suplentes
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Crises epilépticas em larvas de zebrafish: uma visão global da expressão de proteínas e do perfil temporal de bdnf e seus receptores
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Candidato(a): Thatiane Cristina de Moura Nascimento |
Orientador(a): Claudia Vianna Maurer Morelli | Doutorado em Ciências Médicas |
| Apresentação de Defesa |
Data: 29/05/2024, 13:30 hrs. |
Local: Sala Amarela da Pós-Graduação/FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Claudia Vianna Maurer Morelli - Presidente Manoel Luis Pereira da Silva Costa- Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro Monica Barbosa De Melo Alexandre Leite Rodrigues De Oliveira Angelo Luis Stapassoli Piato- Universidade Federal do Rio Grande do Sul
| Suplentes Andre Almeida Schenka Maria Elisa Calcagnotto - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Daniel Leite Góes Gitaí - Universidade Federal de Alagoas
| Resumo
As epilepsias são condições neurológicas comuns, caracterizadas pela ocorrência de crises epilépticas recorrentes. O uso do zebrafish (Danio rerio) vem crescendo na investigação de mecanismos moleculares subjacentes às epilepsias e crises epilépticas, mas ainda há uma carência de estudo proteômicos nesses modelos. No presente estudo foram realizadas análises proteômicas e do perfil temporal de expressão do bdnf e seus receptores em dois modelos de crises epilépticas induzidas com Pentilenotetrazol (PTZ): crise aguda (AS, do inglês acute seizure) e status epilepticus (SE), cujos tempos de exposição ao PTZ foram 20 minutos e 3 horas, respectivamente. Larvas de zebrafish com 7 dias pós fertilização foram submetidas às crises epilépticas com seus controles (CTR-AS e CTR-SE), manipulados da mesma forma, porém, em água de aquário. As amostras para proteômica e fosfoproteômica foram obtidas a partir de um “pool” de 20 cabeças de larvas (n=4). O total de proteínas identificadas em cada modelo a partir da espectrometria de massas foi submetido à análise de enriquecimento de vias, que demonstrou que as vias mais enriquecidas estão relacionadas ao processo de formação do complexo de tradução. Além disso, foram identificadas alterações em outras vias que indicam respostas semelhantes às de outros modelos animais e pessoas com epilepsia, como resposta imune, fatores epigenéticos, estresse oxidativo e metabolismo energético. A análise comparativa entre os modelos revelou a presença de vias e proteínas que se expressam somente em AS ou SE, o que reforçam a ideia de que o tempo de duração das crises epilépticas resulta em diferentes impactos e respostas celulares no cérebro. Para análise da expressão de bdnf e seus receptores foi realizado um “pool” de 5 cabeças de larvas para composição das amostras (n=9). Os resultados obtidos a partir da PCR em tempo real demonstraram haver diferença nas respostas entre os modelos. Em AS, os transcritos de bdnf, ntrk2a, ntrk2b e ngfra apresentaram um aumento significativo 96 horas após as crises epilépticas, enquanto ngfrb não apresentou diferença na expressão. Em SE houve um aumento não significativo de bdnf, enquanto os receptores ntrk2a, ntrk2b e ngfra tiveram um aumento significativo em 24 horas, seguido por uma redução significativa em 96 horas. Ainda em SE, o gene ngfrb apresentou uma redução imediatamente após as crises, mas retornou aos níveis basais em 6 horas. Juntos, os resultados desse estudo destacam a diversidade de respostas e a complexidade dos mecanismos subjacentes às crises epilépticas, evidenciando a similaridades dos modelos AS e SE com modelos de epilepsia, assim como suas diferentes respostas mediante a exposição aguda ou prolongada ao PTZ. Como um estudo exploratório, esse trabalho identifica alterações em diversas vias que conduzirão as futuras investigações, tanto para compreender a epileptogênese nos modelos AS e SE quanto para identificar potenciais mecanismos protetores que possam orientar o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
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