Qualificações e Defesas

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E PELO INTERIOR, HÁ SAÚDE MENTAL?: EXPLORANDO A VISÃO DOS USUÁRIOS E TRABALHADORES DA RAPS A RESPEITO DO ACESSO AO CUIDADO

Candidato(a): Patricia Maria Rosseti Orientador(a): Bruno Ferrari Emerich
Mestrado Profissional em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde
Apresentação de Defesa Data: 20/05/2024, 13:00 hrs. Local: Sala Verde - Pós Graduação
Banca avaliadora
Titulares
Bruno Ferrari Emerich - Presidente
Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP
Katia Varela Gomes- UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
Rafael Afonso da Silva- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Vívian Andrade Araújo Coelho - Universidade federal de Ouro Preto - UFOP
Gustavo Tenorio Cunha

Resumo


Devido às mudanças que a Saúde Mental no Brasil vem passando ao longo de sua história, desde a Reforma Psiquiátrica na década de 70, os modelos substitutivos vêm se desconstruindo e se reconstruindo, na tentativa de ressignificar os cuidados nessa área, num contexto de tensões, conflitos e incompreensões sobre como fazer saúde mental de forma participativa, comunitária e eficaz, perpassado por lutas de poderes políticos que ora se traduzem em avanços democráticos coletivos, ora golpeiam a liberdade e a dignidade humana.

Nesse sentido, baseados nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), as ações entre redes e intersetoriais têm se mostrado também estratégias importantes para criar e difundir modelos organizativos que garantam acessibilidade e participação ativa da comunidade na saúde, mais especificamente em relação à saúde mental, conforme propõe a presente pesquisa.

Assim, a mudança paradigmática do modelo hospitalocêntrico verticalizado para um modelo de cuidados pautado na transversalidade da rede é algo que se faz enquanto se caminha, ou seja, é prática e teoria aplicada, em um saber que se constrói à medida que se observam as necessidades e implicações no mundo real.

A proposta do presente projeto de pesquisa foi conhecer a compreensão dos principais atores sociais desta peça em ascensão “Desenvolvimento de Políticas em Saúde Mental”, que são os usuários e os trabalhadores da RAPS de um município de pequeno porte do interior do estado de São Paulo, explorando os aspectos subjetivos da percepção a respeito do acesso ao cuidado e de possíveis lacunas e desencontros, bem como as forças relacionais e as potencialidades.

Os resultados evidenciam a potência no discurso dos atores sociais enquanto seus papéis de atuação e as fragilidades da participação social suprimidas pelo sistema e as relações de poder, evidenciando a constante necessidade das lutas sociais e criação de espaços democráticos da coprodução de sujeitos e processos.

Palavras-chave: Saúde Mental, Percepção dos usuários e trabalhadores, Relações entre redes, Saúde Comunitária



ABORDAGEM MULTIMODAL PARA CONSTRUÇÃO DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE NA SÍNDROME DE DELEÇÃO 22q11.2

Candidato(a): Isabela Mayá Wayhs Silva Orientador(a): Vera Lucia Gil Da Silva Lopes
Doutorado em Ciências Médicas
Apresentação de Defesa Data: 20/05/2024, 14:00 hrs. Local: Anfiteatro da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Vera Lucia Gil Da Silva Lopes - Presidente
Diogo Cordeiro de Queiroz Soares- REAL HOSPITAL PORTUGUÊS DE PERNAMBUCO
Priscila Hae Hyun Rim- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Carlos Eduardo Steiner
Paulo Ricardo Gazzola Zen- Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA
Suplentes
Angelina Xavier Acosta - Universidade Federal da Bahia
Débora Gusmão Melo - Universidade Federal de São Carlos
Mara Sanches Guaragna

Resumo


A síndrome de deleção 22q11.2 (SD 22q11.2) é uma doença rara de origem genética, com incidência estimada entre 1:2000 até 1:6000 crianças nascidas vivas. Esta síndrome é caracterizada pela sua heterogeneidade clínica, na qual quase todos os órgãos, regiões e sistemas do corpo podem ser afetados. Em decorrência desta variabilidade fenotípica, os indivíduos com a SD22q11.2 necessitam de atuação multidisciplinar em diferentes níveis de atenção à saúde para manejo clínico adequado que permita seu desenvolvimento e estabilidade física, emocional e social. Esta pesquisa tem como objetivo caracterizar a atenção à saúde na SD 22q11.2 no Brasil de forma ampla, considerando aspectos clínicos, intervenções de saúde, qualidade de vida e alfabetização em saúde. Para tanto, foram utilizadas quatro abordagens diferentes: a) levantamento do seguimento clínico de indivíduos com SD 22q11.2 registrados na Base Brasileira de Anomalias Craniofaciais; b) questionário online de saúde do indivíduo com SD22q11.2 a ser respondido por responsáveis/genitor(es), por meio de questionário google forms, c) questionário de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (World Health Organization Quality of Life) a ser respondido por responsáveis/genitores e d) descrição e análise de métricas e dúvidas obtidas na página criada no Instagram e no Facebook para divulgação científica de temas vinculados à SD 22q11.2. Os resultados obtidos evidenciam importantes lacunas na atenção à saúde na SD 22q11.2. Entre as principais lacunas observadas estão: 1) a diferença entre o manejo clínico acessado por indivíduos com a SD 22q11.2 e o recomendado internacionalmente, tanto antes quanto após a obtenção do diagnóstico. Esta diferença se dá mesmo diante de condições que favorecem o acesso a saúde no Brasil, como renda familiar, nível de escolaridade, disponibilidade de serviços de saúde, 2) a importante necessidade de acesso a informações sobre as características clínicas vinculadas a SD 22q11.2 e seu manejo manifestada pelos responsáveis/genitores, 3) a disparidade entre os scores de qualidade de vida de cuidadores de indivíduos com SD 22q11.2 em relação aos cuidadores de indivíduos sem deficiência. A atenção a estas lacunas é fundamental para o desenvolvimento de estratégias direcionadas, que visem melhorar a saúde geral e o bem-estar dos indivíduos com SD 22q11.2 e de suas famílias no Brasil.



ANÁLISE SOBRE TAXAS, CAUSAS E PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS FETAIS NO BRASIL

Candidato(a): Mariana Brasileiro Rogerio Orientador(a): Renato Teixeira Souza
Mestrado em Tocoginecologia
Apresentação de Defesa Data: 22/05/2024, 08:30 hrs. Local: Anfiteatro Kazue Panetta
Banca avaliadora
Titulares
Renato Teixeira Souza - Presidente
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - CAISM/UNICAMP- Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - CAISM/UNICAMP
Adriana Gomes Luz
Évelyn Traina- Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Suplentes
Alan Roberto Hatanaka
Giuliane Jesus Lajos

Resumo


Introdução: O óbito fetal é um importante componente da mortalidade perinatal, pois é ser um indicador do nível de acesso e da qualidade dos serviços de saúde desde o planejamento familiar até o pré-natal e parto. O Brasil, um país de dimensões continentais, apresenta diferenças em sua atenção à saúde de acordo com cada região, acompanhando seu nível de desenvolvimento socioeconômico. Para que as medidas de prevenção de óbitos fetais sejam assertivas, é preciso entender quais informações já estão disponíveis sobre o assunto e quais lacunas ainda precisam ser preenchidas. Objetivo: Realizar uma análise ampla sobre as taxas, causas e processos de investigação de óbitos fetais ocorridos no Brasil. Método: Foram realizados três projetos de pesquisa, 1) uma revisão sistemática de escopo, na qual foram incluídos estudos originais observacionais, ensaios clínicos e análises secundárias envolvendo dados primários sobre as causas e processos de investigação e notificação de óbitos fetais na população brasileira no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020; 2) um estudo de corte transversal baseado nos dados de base populacional disponibilizados pelo DATASUS, de domínio público e de onde foram extraídas informações sobre características maternas, dados sociodemográficos, características do feto e causa do óbito de acordo com a classificação CID-10 de óbitos registrados entre 2007 e 2019. Foi estimada a taxa de óbito fetal, com intervalo de confiança de 95 (IC 95 ), de acordo com cada estado brasileiro; 3) um estudo descritivo transversal realizado em 10 centros de referência de saúde perinatal em três diferentes regiões do Brasil baseado na análise de prontuários de mulheres que vivenciaram o óbito fetal, foram selecionados os casos de óbitos fetais ocorridos entre 2009 e 2018. Foram extraídos dados sociodemográficos, histórico de gestações prévias, dados sobre a gestação que teve como desfecho o óbito fetal, as características de sua assistência pré-natal e do parto e a investigação da causa do óbito. As informações foram coletadas e registradas através de um formulário online RedCap. Resultados: Na revisão sistemática foram incluídos 55 artigos, 72,2 utilizaram uma ou mais bases de dados nacionais de acesso público, 24 dos artigos foram realizados na região sudeste e 23 deles avaliaram as causas de óbito fetal. O artigo realizado com base nos dados do DATASUS incluiu o total de 414.174 óbitos fetais ocorridos entre 2007 e 2019, a taxa de óbito fetal caiu de 11,1 para 10,2 a cada 1000 nascidos. Todas as regiões do Brasil apresentaram queda na taxa, com exceção da região norte. Na análise transversal realizada nos centros de referência, 3,390 óbitos fetais foram analisados. A taxa variou de 10.74/1,000 NV em 2009 a 9.31 em 2018. Hipóxia e causas indefinidas representaram 40.8 das causas de óbitos. Conclusão: O Brasil apresentou um padrão estacionário na sua taxa de óbito fetal e a disparidade entre as regiões é preocupante. O DATASUS é uma fonte valiosa para a análise dos óbitos, mas ainda requer aprimoramento. É necessária a padronização de processos investigativos de causas de óbitos em todos os centros de atendimento.



APARELHOS DE AVANÇO MANDIBULAR NA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO PEDIÁTRICA: REVISÃO GUARDA-CHUVA.

Candidato(a): Carolina Cozzi Machado Orientador(a): Almiro José Machado Júnior
Doutorado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Defesa Data: 22/05/2024, 09:00 hrs. Local: sala azul pós graduação
Banca avaliadora
Titulares
Almiro José Machado Júnior - Presidente
Carlos Takahiro Chone
Edilson Zancanella
José Benedito Oliveira Amorim
Ana Célia Faria
Suplentes
Bruno Bernardo Duarte
Vagner Antonio Rodrigues da Silva
Agricio Nubiato Crespo

Resumo


trodução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) em crianças é definida pela interrupção total ou parcial do fluxo aéreo de modo intermitente, devido ao colabamento da via aérea superior durante o sono.1 É condição frequente na infância com incidência entre 1,2 a 5,7 2 , e que pode afetar diferentes aspectos da vida da criança como cognitivo, função metabólica e cardiovascular, entre outros. Existem algumas opções de tratamento como adenotonsilectomia, terapia miofuncional, aparelhos de avanço mandibular (AAM), expansão rápida da maxila e dispositivos de pressão aérea positiva, mas ainda há dúvidas sobre qual método é mais adequado para o tratamento da AOS em crianças. Objetivo: Analisar a eficácia dos aparelhos de avanço mandibular na síndrome da apneia obstrutiva do sono em crianças. Métodos: A pesquisa foi realizada em agosto de 2021 e utilizou diversas bases de dados como: PubMed, EBSCO (Dentistry & Oral Sciences Source), LILACS, Ovid, SciELO Web of Science, EMBASE BIREME, BBO BIREME e Biblioteca Cochrane. Resultados: Somente três revisões sistemáticas e duas metanálises foram incluídas no estudo. Todos os estudos mostraram alguma melhora, não somente no aumento do espaço de via aérea, mas também na redução do índice de apneia e hipopneia, devido ao uso dos aparelhos de avanço mandibular no tratamento da apneia obstrutiva do sono em crianças. Conclusão: Apesar de haver a necessidade de mais estudos randomizados, com maior número de pacientes e critérios específicos de inclusão e exclusão para o estabelecimento adequado de protocolos de tratamento, os aparelhos de avanço mandibular podem ser considerados como parte do tratamento multidisciplinar da apneia obstrutiva do sono na infância.



DOBRAS CUTÂNEAS EM NULÍPARAS E SUA ASSOCIAÇÃO COM COMPLICAÇÕES NA GRAVIDEZ: UM ESTUDO DE COORTE MULTICÊNTRICO NO BRASIL

Candidato(a): Marta Pedro Nhauche Orientador(a): Renato Teixeira Souza
Mestrado em Tocoginecologia
Apresentação de Defesa Data: 22/05/2024, 14:00 hrs. Local: Anfiteatro da Faculdade de Ciências Médicas
Banca avaliadora
Titulares
Renato Teixeira Souza - Presidente
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - CAISM/UNICAMP- Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - CAISM/UNICAMP
Adriana Gomes Luz
Évelyn Traina- Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Suplentes
Giuliane Jesus Lajos
Alan Roberto Hatanaka - Universidade Federal de São Paulo

Resumo


A medição da espessura das dobras cutâneas é um dos métodos utilizados para avaliar a composição da gordura corporal e estimar sua proporção. A dobra cutânea estima a distribuição da gordura subcutânea e sua soma pode estimar o percentual de gordura corporal. A composição corporal é a proporção entre os diferentes componentes corporais e a massa corporal total, expressa pelas percentagens de gordura e de massa magra. Pela sua avaliação determinamos os componentes do corpo humano de forma quantitativa, sendo útil para monitorar o grau de desenvolvimento e crescimento, o estado dos componentes corporais de diferentes grupos, inclusive as gestantes. Neste contexto, a avaliação e o acompanhamento do estado nutricional de mulheres nulíparas, contribuem consubstancialmente para o monitoramento das mulheres, assim como também para o bebê, na medida que influenciam nos desfechos gestacionais. Objetivo: Avaliar a modificação da soma das dobras cutâneas de gestantes nulíparas de baixo risco ao longo da gestação e sua associação com complicações gestacionais. Métodos: Utilizamos dois estudos de coorte prospectivos longitudinais e multicêntricos realizados no Brasil (Preterm SAMBA e MAES), que acompanharam nulíparas de baixo risco em 3 visitas do estudo: 19-21 semanas, 27-29 semanas e 37-39 semanas. Comparamos a trajetória das dobras cutâneas (média e mediana da soma de três dobras subescapular, tríceps e bíceps) de acordo com características maternas e gestacionais; utilizamos o teste χ2 e de Mann-Whitney para variáveis categóricas e numéricas, respectivamente. Avaliamos também a trajetória das dobras de acordo com a ocorrência de desfechos gestacionais. Resultados: Foram consideradas 1.527 nulíparas para análise. A média da idade materna foi de 24 anos, a maioria das participantes tinha entre 20 e 35 anos de idade que corresponde a 72 (n=1093) da população (p <0.001 em todas as avaliações). A soma das dobras cutâneas teve valores crescentes ao longo das três visitas, sendo as médias (desvio padrão) de 73,54, 76,69 e 78,09. As características que se associaram com maior ganho de dobras cutâneas ao longo das três visitas do estudo foram a idade materna ≤19 anos, ser residente na região Sul/Sudeste, com uma renda familiar baixa. O aumento da dobra cutânea é maior da segunda para a terceira do que da primeira para a segunda medidas. Conclusão: A avaliação da trajetória das dobras cutâneas pode ser um marcador potencialmente útil na avaliação de risco de complicações gestacionais, uma vez que pode auxiliar na vigilância nutricional ao longo da gestação. Embora as mulheres com obesidade tenham um ganho baixo, há necessidade de um acompanhamento, uma vez que a literatura demonstra que elas têm um maior ganho no pós-parto. A idade materna ≤19 anos, escolaridade entre 9-12 anos, ausência de parceiro, renda familiar média alta, residir no Sul/Sudeste do país, são as características maternas e gestacionais que influenciam a trajetória da dobra cutânea ao longo da gestação. O aumento das dobras cutâneas foi associado ao diabetes mellitus gestacional, a pré-eclâmpsia, a pequeno para idade gestacional.