A GORDURA VISCERAL É EQUIVALENTE AO ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR ASCVD NA PREDIÇÃO DE CALCIFICAÇÃO CORONARIANA E SOFRE MODULAÇÃO NEGATIVA PELA DAPAGLIFLOZINA
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Candidato(a): Íkaro Soares Santos Breder |
Orientador(a): Andrei Carvalho Sposito | Doutorado em Fisiopatologia Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 17/04/2024, 10:00 hrs. |
Local: FCM 1 |
Banca avaliadora
| Titulares Andrei Carvalho Sposito - Presidente João Eduardo Nunes Salles- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Bruno Geloneze Neto- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas Marcio Corrêa Mancini- Universidade de São Paulo Mario Jose Abdalla Saad
| Suplentes Ana Cláudia Cavalcante Nogueira - Universidade Católica de Brasília Rodrigo Goncalves Pagnano Helison Rafael Pereira do Carmo - FCM-UNICAMP
| Resumo
O tecido adiposo visceral tem por função primária a proteção de órgãos intra-abdominais. No entanto, a hipertrofia dos adipócitos viscerais os torna resistentes à insulina, com consequente perda da função lipase lipoproteica e liberação de ácidos graxos livres na circulação sanguínea, levando a resposta pró-inflamatória e resistência insulínica sistêmica, processo que favorece a aterogênese.
Estudos longitudinais previamente realizados demonstraram que a gordura visceral (GV) exerce importante papel na doença cardiovascular (CV). Temos, no entanto, evidências menos robustas sobre a GV nos pacientes com Diabetes Tipo 2 (DM2). Se de fato a GV tem alta relação com o risco CV em pessoas com DM2, é possível esta variável adicione acurácia às calculadoras tradicionais de risco CV. Ademais, se a GV impacta negativamente no risco CV, a opção por drogas que a reduzam poderá ser benéfica.
Para responder a essas perguntas, fizemos uma avaliação transversal da coorte Brazilian Diabetes Study (CAAE: 89525518.8.1001.5404), buscando relacionar a razão “Massa de Gordura Visceral/Massa de Gordura Androide” (MGV/MGA), e o escore de cálcio coronariano (CAC - Agatston) e obtivemos dados de 264 voluntários. Pacientes com CAC>0 (n=185) tinham maior idade, maior predominância do sexo masculino, apresentavam maior pressão arterial e tinham maior razão MGV/MGA. Uma regressão binária logística foi realizada para determinar quais variáveis estavam relacionadas ao CAC. No modelo não-ajustado, cada aumento de 1 desvio-padrão (0,20) na relação VFM/AFM, houve um risco 2,2 vezes maior de CAC>0 (p=0,001), enquanto cada 1 de risco de ASCVD se relacionou a 8 maior risco de CAC>0 (p=0,001). Após ajuste pelo risco ASCVD, a relação VFM/AFM foi independentemente relacionada com CAC, com OR de 1,697 (IC95 : 1,200-2,400, p= 0,003).
Realizamos também uma subanálise do estudo Assessment of Dapagliflozin Effect on Diabetic Endothelial Dysfunction of Brachial Artery (ADDENDA‑BHS2 trial) (CAAE41618915.1.0000.5404), comparando os efeitos do tratamento por 12 semanas com as medicações Dapagliflozina e Glibenclamida, no tecido adiposo de 89 voluntários (44 no grupo Dapagliflozina e 45 no grupo Glibenclamida) com DM2 e alto risco cardiovascular. Como esperado, dapagliflozina e glibenclamida reduziram igualmente a HbA1c. A Dapagliflozina reduziu a gordura corporal em todos os depósitos analisados, incluindo a MGV (-141±212g vs 55±253, p< 0,0001), além de aumentar os níveis de adiponectina [+0,5(6,13) vs -0,3 (2,47), p=0,036] e a razão adiponectina/leptina [+0,07(0,28) vs -0,02 (0,14), p=0,0001].
Portanto, no DM2, a gordura visceral se associa de modo independente à carga aterosclerótica, e a medicação Dapagliflozina atua reduzindo-a, em contraste à glibenclamida.
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Candidato(a): Camila Ayume Amano Cavalari |
Orientador(a): Luiz Francisco Cintra Baccaro | Mestrado em Tocoginecologia |
| Apresentação de Qualificação |
Data: 17/04/2024, 13:30 hrs. |
Local: Sala reunião departamento ginecologia |
Banca avaliadora
| Titulares Luiz Francisco Cintra Baccaro - Presidente Cristina Laguna Benetti Pinto Daniela Angerame Yela Gomes
| Suplentes Rose Luce Gomes do Amaral - Universidade Estadual de Campinas
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MANIFESTAÇÕES HEPATOBILIARES EM PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL DE APRESENTAÇÃO EM FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA
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Candidato(a): Patrícia Stambovsky Guimarães Baldanza |
Orientador(a): Gabriel Hessel | Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente |
Coorientador(a): Elizete Aparecida Lomazi | Apresentação de Defesa |
Data: 17/04/2024, 14:00 hrs. |
Local: Anfiteatro do Departamento de Pediatra da FCM Unicamp |
Banca avaliadora
| Titulares Gabriel Hessel - Presidente Tiago Seva Pereira Gilda Porta- Hospital Sírio Libanês
| Suplentes Irene Kazue Miura - Hospital Sírio Libanês - Instituto de Ensino e Pesquisa Antonio Fernando Ribeiro
| Resumo
A doença inflamatória intestinal (DII) é uma das doenças crônicas com maior impacto na vida dos pacientes da gastroenterologia pediátrica. As manifestações extra intestinais (MEI) da DII na faixa etária pediátrica são diversas, como manifestações hepatobiliares, variando desde alterações em enzimas hepáticas até casos mais graves como a colangite esclerosante primária (CEP) e cirrose. O objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência das manifestações hepatobiliares nos pacientes com diagnóstico de DII iniciada na faixa etária pediátrica acompanhados no Hospital de Clínicas da UNICAMP e relacionar a presença de CEP com algumas variáveis da DII e as características clínicas e laboratoriais dessa manifestação. Foi um estudo retrospectivo longitudinal com análise dos prontuários de todos os pacientes com DII atendidos durante o período de abril a novembro de 2021. Foram selecionados 63 pacientes de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Desses, 37 foram classificados como Doença de Crohn (DC), grupo 1, 24 pacientes como Retocolite Ulcerativa (RCU), grupo 2 e 2 pacientes como colite não classificada, grupo 3 que foram excluídos da análise pelo baixo número da amostra. As informações coletadas constaram de dados demográficos, MEI, resultados de enzimas hepáticas, bilirrubina, RNI, albumina, exames endoscópicos e de imagem, idade de início da DII, tipo de DII, acometimento intestinal do ângulo hepático, presença de ileite de refluxo e gravidade da DII. Para comparar as variáveis contínuas entre os grupos foi empregado o teste de Mann-Whitney. Para análise comparativa entre os grupos de variáveis categóricas foi empregado o teste de Qui Quadrado e quando necessário o teste exato de Fisher. Para a identificação de fatores associados com CEP foi utilizada regressão logística univariada e múltipla O nível de significância adotado foi de 5 . A idade dos pacientes variou de 3,3 a 44,9 anos com uma média de 18,9 anos sendo 33 (54,1 ) do sexo feminino. A idade média de início dos sintomas da doença inflamatória intestinal foi de 9,3 anos. Dos 61 pacientes, 47 (77,05 ) apresentaram manifestações extraintestinais, sendo 39 (63,93 ) manifestações extraintestinais não hepatobiliares e 25 (40,98 ) com alguma manifestação hepatobiliar sendo as mais prevalentes CEP (13,1 ) e alteração transitória das enzimas hepáticas (19,7 ). Observou-se média e mediana menor de valores de albumina em pacientes com DC, média e mediana maior de valores de bilirrubina total em pacientes com RCU e não houve diferença significativa nos valores das enzimas hepáticas e RNI. No grupo de pacientes com RCU, houve maior percentual de acometimento intestinal do ângulo hepático. Oito pacientes apresentaram diagnóstico de CEP (13,1 ). Quando comparados com os pacientes sem CEP em diferentes variáveis (idade de início da doença inflamatória intestinal, sexo, classificação da doença inflamatória intestinal, acometimento do ângulo hepático, ileíte de refluxo e gravidade da doença inflamatória intestinal), não houve diferença significativa. Em relação a CEP, observou-se que 8 pacientes com CEP, todos apresentaram GGT superior a 50U/L ao diagnóstico e 6 apresentaram GGT superior a 252U/L durante o acompanhamento. Quanto ao tratamento desses pacientes, 6/8 fizeram tratamento com ácido ursodeoxicólico, dos quais 3 apresentaram melhora laboratorial, 2 não tinham exame de seguimento em prontuário e 1 não apresentou melhora – e necessitou de transplante hepático. Conclusões: 1. O acometimento hepatobiliar em pacientes com DII iniciada na faixa etária pediátrica nessa casuística foi frequente, ocorrendo em quase metade dos pacientes, com predomínio de alterações transitórias de enzimas hepáticas e colangite esclerosante primária. 2. A casuística demonstrou que pacientes com DC apresentaram valores inferiores de albumina, provavelmente de forma secundária a inflamação e desnutrição, sem relação com doença hepática. Já os pacientes com RCU apresentam valores mais elevados de bilirrubina e maior acometimento intestinal do ângulo hepático. 3. Os pacientes com CEP não apresentam diferenças significativas quando comparados aos demais em todas as variáveis analisadas. 4. O uso de valores de GGT como critério para rastreio de CEP - acima de 50U/L nos primeiros meses após o diagnóstico, e superiores a 252U/L em qualquer momento do acompanhamento, apresentam boa sensibilidade e especificidade.
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Candidato(a): Lilian Ourém Batista Vieira Cliquet |
Orientador(a): Meire Cachioni | Doutorado em Gerontologia |
| Apresentação de Qualificação |
Data: 17/04/2024, 14:00 hrs. |
Local: videoconferencia |
Banca avaliadora
| Titulares Meire Cachioni - Presidente Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo- Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo Taiuani Marquine Raymundo Fausto Orsi Medola- Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
| Suplentes Samila Sathler Tavares Batistoni - Lifelong Psicologia e Educacao para a Longevidade
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AVALIAÇÃO DA REATIVIDADE PLAQUETÁRIA DE PACIENTES COM SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE PRIMÁRIA TROMBÓTICA (t-PAPS): PAPEL DA VIA DE SINALIZAÇÃO P2Y12-AMPc
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Candidato(a): Guilherme Ruiz Leonardi |
Orientador(a): Fabiola Taufic Monica Iglesias | Doutorado em Farmacologia |
Coorientador(a): Fernanda Loureiro De Andrade Orsi | Apresentação de Defesa |
Data: 17/04/2024, 14:00 hrs. |
Local: FCM - Anfiteatro CPG |
Banca avaliadora
| Titulares Fabiola Taufic Monica Iglesias - Presidente Ivani Aparecida de Souza- Faculdade de Medicina de Jundiaí Lediana Iagalo Miguel Teles- PUCCAMP Eugenio Damaceno Hottz- Universidade Federal de Juiz de Fora Patricia Moriel
| Suplentes Luiz Osório Silveira Leiria - USP-SP Cristina Pontes Vicente Juliana Signori Baracat Zeferino Erich Vinicius De Paula
| Resumo
Introdução: A síndrome antifosfolípide primária trombótica (t-PAPS) é caracterizada por oclusões arteriais, venosas ou microvasculares, explicadas, em parte, pela presença persistente de anticorpos antifosfolípides (aPL) no plasma. Embora existam muitas evidências indicando que anticorpos aPL isolados aumentem a atividade de plaquetas obtidas de voluntários saudáveis, a função plaquetária em pacientes com t-PAPS não foi tão amplamente estudada. Objetivo: Avaliar a agregação plaquetária em pacientes com t-PAPS e caracterizar, por meio de ensaios funcionais, bioquímicos e moleculares, as vias de sinalização purinérgica e de nucleotídeos cíclicos. Metodologia: Quarenta pacientes com t-PAPS (62,5 mulheres, idade média: 44 anos) e 62 voluntários sem história de trombose (64,5 mulheres, idade média: 38 anos) foram incluídos. Primeiramente, o PRP foi obtido e estimulado com difosfato de adenosina (ADP, 3 ou 10 µM), colágeno (1 µg/ml) ou ácido araquidônico (AA, 300 µM). Em seguida, o PRP foi pré-incubado com inibidores plaquetários, como o doador de óxido nítrico, nitroprussiato de sódio (SNP, 3 ou 10 µM) ou o análogo estável da prostaciclina, iloprost (ILO, 3 ou 10 nM), e então estimulado com ADP 3 µM. Além disso, o ticagrelor, um antagonista do receptor P2Y12 (2 µM) também foi incubado com o PRP. Em seguida, a PL de pacientes t-PAPS foi obtida para quantificação do receptor P2Y12 e nucleotídeos cíclicos. Em outro ensaio, a PL de voluntários saudáveis foi incubada com anticorpos IgG (500 µg/mL) isolados do soro de voluntários saudáveis ou pacientes t-PAPS e então estimulados com ADP 30 µM na ausência e na presença de SNP 0,1 μM, ILO 1 nM ou ticagrelor 2 µM. Resultados: A agregação induzida pelo ADP foi significativamente maior no PRP obtido de pacientes t-PAPS do que no controle. A expressão proteica do receptor P2Y12 e da Gs alfa foi significativamente maior e menor, respectivamente, na PL de pacientes com t-PAPS. No PRP incubado com iloprost ou nitroprussiato de sódio, a reatividade plaquetária residual induzida pelo ADP foi ainda maior no PRP de pacientes t-PAPS do que no controle. Níveis intracelulares mais baixos de monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) e monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) foram observados no PRP não estimulado de pacientes com t-PAPS. A expressão proteica das subunidades da guanilato ciclase solúvel e das fosfodiesterases tipos 3 e 5 não diferiu. A atividade antiplaquetária do ticagrelor foi semelhante entre os grupos e o cilostazol potencializou significativamente essa resposta. Anticorpos aPL isolados obtidos de pacientes com t-PAPS potencializaram a agregação induzida por ADP em plaquetas saudáveis, mas não afetaram as respostas inibitórias induzidas por SNP ou ILO Conclusão: As plaquetas isoladas de pacientes com SAF primária trombótica apresentaram alteração na via P2Y12 – AMPc e nos níveis intracelulares de GMPc. A redução significativa da reatividade plaquetária na presença de outros antiplaquetários, além da aspirina, abre a possibilidade para avaliar a eficácia e segurança da terapia com ticagrelor, isolado ou em associação com o cilostazol, em pacientes com SAF e trombose arterial, que sejam resistentes ou intolerantes à aspirina.
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