As fábulas do cotidiano na ponta do lápis conté, na exposição “Silêncios e delicadezas”, de JR Paschoal

“O desenho de JR Paschoal ergue-se dos primeiros rochedos, esboços feitos nos cadernos pautados dos primórdios do colegial. Está ali na estrutura, na forma, nos volumes, na carnalidade e no calor dos agrupamentos humanos”, disse o renomado pintor campineiro, Egas Francisco, sobre o trabalho artístico do médico otorrinolaringologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Jorge Rizzaro Paschoal, em exposição no Espaço das Artes da FCM até o dia 7 de agosto.

A vernissage da exposição “Silêncios e delicadezas” aconteceu no dia 11 de julho, reunindo amigos, familiares, colegas de trabalho e autoridades, dentre os quais, o ex-reitor da Unicamp José Tadeu Jorge (2005-2009 | 2013-2017); o diretor-associado da FCM, Cláudio Saddy Rodrigues Coy; os professores  Carlos Eduardo Leite Arieta, Agricio Nubiato Crespo, Ivan Felizardo Contrera Toro, Milton Mori, Paulo Sérgio Saran, Helenice Yemi Nakamura, dentre outros.

“Há uma música secreta no tremular dos elementos que compõem os desenhos e pinturas de Paschoal. Seu traço fala do homem desde a idade da pedra, versa sobre o bairro, sobre a rua, detendo seu olhar mais caro sobre a casa onde se mora. Ali ele reúne a família quase sempre em torno da figura materna entre bojudos jarros de flores. São fábulas do cotidiano entre cadeiras semicirculares, tudo coroado pela luz anunciada através da janela, frescor imagético”, continuou Egas sobre o trabalho do amigo, no texto de abertura da exposição.

“O doutor Paschoal é um ser iconófilo, ama a pintura e faz desenhos por amor. Há um barroquismo reminiscente, memória da nossa melhor cultura. Ele projeta o poema ideável ao tornar concreta a própria abstração. Seu instrumento principal é o lápis conté, o negro ou a sanguínea. A obra é, antes de tudo, uma coleção sistematizada, mas, não se enganem, trata-se mesmo é de um sólido, porém, delicado poetar”.

Veja como foi a vernissage