Especialistas falam sobre avanços e desafios em políticas para transgêneros

Saúde, trabalho e educação são direitos inquestionáveis, porém ainda distantes de muitos grupos sociais. No fórum Transcidadania: saúde e trabalho na população transgêneros, realizado dia 18, os debates mostraram as possibilidades de avanços num cenário em transformação e repleto de desafios. Durante o evento, profissionais e historiadores mostram algumas iniciativas no sentido de ampliar o acesso desta população aos direitos básicos. Até porque a humanidade está há 70 anos da redação do texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Entre as iniciativas demonstradas no evento, está o programa Transcidadania, desenvolvido na gestão de Paulo Haddad na Prefeitura de São Paulo, que tinha como objetivo ampliar o nível de escolaridade entre transexuais. De acordo com o psicólogo Marcos Amaral, o programa atendeu cem pessoas no primeiro e no segundo ano de atuação.

A baixa escolaridade, de acordo com os organizadores do fórum, faz com que as relações na população transgêneros se restrinja a salões de beleza, serviços de teleatendimento e prostituição. O psicólogo acredita que ações e políticas públicas como o Transcidadania podem ampliar o campo de atuação deste grupo no mercado de trabalho e até mesmo reduzir o índice de violência.

Além do gesto de contratar um profissional transgênero, uma empresa pode se declarar inclusiva ao promover um ambiente de acolhimento e respeito às diferenças, na opinião de Bárbara Meneses, psicóloga do Centro de Referência LGBT de Campinas. "Isto é promover inclusão de fato. Muitas vezes, a empresa contrata as pessoas independentemente das características, mas não combate constrangimentos como piadinhas, por exemplo. Nós atuamos no sentido de levar estas informações, conversar para reduzir qualquer tipo de preconceito, como racismo, homofobia, gordofobia."

Atitudes violentas também devem ser banidas da área de saúde se depender de ações como do Centro de Saúde Santos Dumont de Campinas, que já beira a casa de 400 atendimentos a pacientes transgêneros. As restrições na rede acontecem tanto na atenção básica quanto em serviços especializados, mas um trabalho de "formiguinha", como descreve a coordenadora do centro, a médica da família e psiquiatra Patrícia Negrão, aos poucos promove atendimento adequado aos pacientes.  Ela enfatiza que um dos problemas a ser resolvidos é a capacitação de recursos humanos.

Para Alice Bonafé, alguns impeditivos para procedimentos cirúrgicos devem ser revistos. "Há procedimentos de risco muito maior em outros pacientes para os quais não são exigidos alguns quesitos que são solicitados a um paciente transexual."

Satisfeita com as portas abertas por grandes e pequenas empresas a profissionais transgêneros, a coordenadora do Centro de Referência LGBT de São Paulo, Marcia Rocha, destaca a questão da moralidade como um importante desafio.

A psicóloga Renata Paparelli coloca como grande desafio o combate ao preconceito. Quanto aos avanços, ela cita a conquista da utilização do nome social. A historiadora do Núcleo de Estudos do Gênero Karla Bessa destaca a possibilidade do Registro Civil, que permite a mudança do nome e do sexo.

O aumento da procura por atendimento no Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas levou as professoras do curso de fonoaudiologia da Unicamp Ana Carolina Constantini e Helenice Nakamura a elaborarem a proposta do fórum.

Mais informações no vídeo.



Dia 21, os Fóruns Permanentes dão voz aos direitos indígenas, com o tema "30 anos da Constituição e o capítulo "Dos Índios" na atual conjuntura".  As inscrições estão abertas.

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