Qualificações e defesas - Detalhes


SINTOMAS DE DISFAGIA, FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E FRAGILIDADE EM PESSOAS IDOSAS DA COMUNIDADE: DADOS DO ESTUDO FIBRA


Candidato(a): Danielle Akemi Neves Xavier
Orientador(a): Lucia Figueiredo Mourao

Apresentação de Defesa

Curso: Gerontologia
Local: Sala Azul do prédio da Pós Graduação da FCM
Data: 07/11/2025 - 08:30
Banca avaliadora
Titulares
Lucia Figueiredo Mourao
Luciane Teixeira Soares
Flávia Silva Arbex Borim
Alessandra Rischiteli Bragança Silva
Arlete Maria Valente Coimbra
Suplentes
Adriana Ponsoni
Carla Helena Augustin Schwanke
Rafaela Soares Rech

Resumo



O envelhecimento populacional traz à saúde pública o desafio de prevenir o declínio funcional das pessoas idosas. As pessoas que estão sob risco de desenvolver a disfagia, muitas vezes são subdiagnosticadas, o que pode levar a impactos na saúde física. Apesar de evidências indicarem relação entre instrumentos de disfagia, baixa força de preensão manual e fragilidade em estudos transversais, a literatura é escassa em avaliar essas associações longitudinalmente. Objetivo: Analisar a associação entre sintomas de disfagia, força de preensão manual e fragilidade em pessoas idosas residentes na comunidade. Os objetivos específicos foram divididos em dois artigos: Artigo 1 - Investigar se a baixa força de preensão manual aumenta a chance de sintomas de disfagia em idosos; Artigo 2 - Investigar se os sintomas de disfagia aumentam a chance de incidência de pré-fragilidade e fragilidade física em uma amostra de idosos residentes na comunidade ao longo de nove anos de acompanhamento. Método: O estudo utilizou dados do estudo FIBRA (Estudo de Fragilidade em Idosos Brasileiros) com coleta nos anos de 2008/2009 e 2016/2017 em duas cidades do estado de São Paulo, de idosos residentes em áreas urbanas. No primeiro estudo, a amostra de 199 participantes, sem sintomas de disfagia na linha de base, foi analisada. A exposição foi a baixa força de preensão manual, e o desfecho foi a incidência de sintomas de disfagia (dificuldade para mastigar, dificuldade para engolir ou sensação de alimento parado) após nove anos. A análise de regressão de Poisson foi utilizada para verificar se a baixa força de preensão manual foi associada aos sintomas de disfagia, controlados por fatores socioeconômicos e clínicos. No segundo estudo, foi analisada uma amostra de 149 participantes sem pré-fragilidade ou fragilidade na linha de base. A exposição foram os sintomas de disfagia (dificuldade para mastigar, dificuldade para engolir, sensação de alimento parado, pigarro após comer algo e engasgo ao comer ou beber líquidos) e o desfecho foram a pré-fragilidade e fragilidade física após nove anos de acompanhamento. Um modelo de regressão multinomial foi aplicado, controlados por fatores socioeconômicos, comportamentais e clínicos. Resultados: Artigo 1 – A baixa força de preensão manual (RR = 1,68; IC 95 : 1,10–2,57) e duas variáveis de controle — maior nível educacional e obesidade — aumentaram a probabilidade de ter sintomas de disfagia no seguimento. Artigo 2 – Uma proporção considerável dos participantes (41,6 ) apresentou sintomas de disfagia na linha de base. Sintomas de disfagia na linha de base estiveram associados a maior risco de incidência de pré-fragilidade (RR = 2,37; IC95 : 1,02–5,50) e fragilidade física (RR = 3,64; IC95 : 1,01–13,21). Conclusão: A baixa força de preensão manual aumentou a chance de ocorrência de sintomas de disfagia em idosos residentes na comunidade, podendo servir como critério para encaminhamento à avaliação especializada. Ademais, os sintomas de disfagia aumentaram a chance de incidência de pré-fragilidade e fragilidade física nessa população. Dessa forma, a identificação precoce dos sintomas de disfagia em pessoas idosas revela-se fundamental para a implementação de estratégias preventivas voltadas à redução da pré-fragilidade e da fragilidade.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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