No Brasil, políticas públicas de inclusão para alunos com deficiência começam a ser pensadas na década de 1990. A partir disso, emergem duas iniciativas governamentais, direcionadas ao ensino superior, que apoiam as instituições para estruturar os Núcleos de Acessibilidade: o TEC NEP (2000) e o Programa Incluir (2005). Esses serviços especializados têm como objetivo eliminar ou reduzir barreiras que dificultem a participação de acadêmicos com deficiência no ensino superior. Nesse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo principal conhecer e analisar a atuação dos Núcleos de Acessibilidade. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (CAAE: 93130218.0.0000.5404). O trabalho tem como fonte de dados: entrevistas, respostas a um questionário on-line, Planos de Desenvolvimento Institucional vigentes em 2019 das instituições públicas de ensino superior e regimentos internos dos Núcleos. Participaram 28 gestores e oito técnicos de 36 Núcleos, entre julho de 2019 e fevereiro de 2020. A categorização das respostas obedece aos critérios da Análise de Conteúdo (Bardin, 1995; Minayo, 2012). Em fevereiro de 2020, a pandemia de Covid-19 reconfigurou os modos de aprender e ensinar. O ensino remoto foi uma alternativa encontrada para que as instituições de ensino superior pudessem seguir com o ano letivo, na medida do possível. Como resultados, tanto no ensino presencial quanto no remoto, a maioria dos Núcleos cumpriu seu papel no que tange à promoção da acessibilidade no ensino superior. As práticas desenvolvidas estão de acordo, também, com o descrito nos documentos que regem os Núcleos.