Qualificações e defesas - Detalhes


ESTRATÉGIAS PARA INVESTIGAÇÃO DE CANAL ENDOCERVICAL EM MULHERES COM A CITOLOGIA DE RASTREIO ANORMAL ASC-H, HSIL ou AGC E COLPOSCOPIA NEGATIVA


Candidato(a): Cirbia Silva Campos Teixeira
Orientador(a): Luiz Carlos Zeferino

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Anfiteatro da Pos Graduação (FCM)
Data: 02/12/2025 - 13:30
Banca avaliadora
Titulares
Luiz Carlos Zeferino
Fabio Bastos Russomano
Diama Bhadra Andrade Peixoto Do Vale
Silvana Maria Quintana
Joana Froes Braganca
Suplentes
Cecília Maria Roteli Martins
André Luis Ferreira Santos
Adriana Yoshida

Resumo



Introdução: Mulheres com citologia de rastreamento ASC-H, HSIL ou AGC e colposcopias negativas podem apresentar lesões endocervicais ocultas. Há controvérsias sobre quais testes adicionais acrescentar nesta situação clínica de discordância. Objetivo: Avaliar o desempenho diagnóstico do teste de HPV, citologia em base líquida (CBL), escovado endocervical (EE) e curetagem endocervical (CC), isoladamente ou em associações na detecção de HSIL ou pior (HSIL+) em mulheres com citologia de alto grau e colposcopia negativa. Metodologia: Ensaio clínico multicêntrico, randomizado e controlado (NCT05120167), para avaliar procedimentos adicionais na detecção de HSIL+, realizado em quatro unidades do Hospital do Câncer: Barretos (SP), Campinas (SP), Campo Grande (MS) e Nova Andradina (MS), entre outubro/2021 e outubro/2022. Inicialmente, 600 mulheres foram randomizadas para EE ou CC, sendo todas submetidas a teste de HPV e CBL. Destas 257 apresentaram colposcopias negativas e realizaram EE ou CC. Ao final, 30 perderam o seguimento, resultando em 227 mulheres avaliadas (EE=119, CC=108). O padrão-ouro foi histopatológico da peça excisional ou seguimento clínico negativo por 18 meses. O desempenho por teste individual, em associações ou em sequência na detecção de HSIL+ foram calculados sensibilidade (SEN), especificidade (ESP), valores preditivos negativo (VPN) e positivo (VPP), e acurácia (ACU). Resultados: em artigo 1, foram detectados 15,4 de HSIL+ das participantes (dois carcinomas). O teste isolado de HPV apresentou maior SEN de 94,3 e VPN de 98,6 , excluindo de forma eficaz os casos de HSIL+, porém baixo VPP (39,3 ) e número elevado de falso-positivo (FP). A CBL apresentou melhor equilíbrio com ACU (84,1 ), ESP (84,9 ) e VPP (49,1 ), reduzindo a taxa de FP. A associação HPV+ ou CBL+ elevou SEN (97,1 ) e o VPN (99,2 ), mas reduziu a ESP (66,7 ). Por outro lado, a estratégia de considerar ambos os testes positivos (HPV e CBL) mostrou melhor desempenho global, ACU (89,4 ), ESP (91,7 ) e VPP (62,8 ), garantindo maior segurança diagnóstica e redução de procedimentos desnecessários. Artigo 2, O teste de HPV isolado apresentou maior SEN (94,3 ) e VPN (98,6 ), o mais eficaz para excluir HSIL+, embora VPP limitado (39,3 ). A CBL mostrou desempenho mais equilibrado, maior ACU (84,1 ), ESP (84,9 ) e VPP (49,1 ). Entre métodos endocervicais, EE superou discretamente a CC (SEN 76,5 vs. 61,1 ; VPP 33,3 vs.32,3 ), além de menor taxa de amostras insatisfatórias (7,6 vs. 21,3 ). Na combinação de testes, a estratégia HPV+CBL (AND) alcançou melhor ACU (89,4 ) e VPP (62,8 ), enquanto a inclusão do EE (MAJORITY) elevou SEN e o VPN para100 , detectando todos os casos positivos. As combinações envolvendo a CC, em geral, reduziram o desempenho. Conclusão: Mulheres com citologia de rastreamento alterado e colposcopia negativa mantém risco significativo de HSIL+. A estratégia combinada HPV+CBL apresentou melhor desempenho global, enquanto a inclusão do EE (MAJORITY) elevou a SEN e o VPN para valores máximos, detectando todos os casos positivos. Essa estratégia mostrou ser a mais segura e eficiente após colposcopia negativa, garantindo maior segurança diagnóstica e redução de procedimentos desnecessários. Já a CC demonstrou desempenho inferior e aplicabilidade restrita nesse cenário.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

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