Qualificações e defesas - Detalhes


Treinamento Físico Online Supervisionado e Não Supervisionado para Sobreviventes de Câncer de Mama em Endocrinoterapia: Estudo Randomizado Sobre os Efeitos na Aptidão Física e Qualidade de Vida


Candidato(a): Henrique Ims Bortolozo
Orientador(a): Sophie Francoise Mauricette Derchain

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Sala do DTG
Data: 19/12/2025 - 08:30
Banca avaliadora
Titulares
Sophie Francoise Mauricette Derchain
Rafael Deminice
Ricardo dos Reis
Renato Teixeira Souza
Mara Patricia Traina Chacon Mikahil
Suplentes
Diama Bhadra Andrade Peixoto Do Vale
Andréia de Melo Porcari

Resumo



Introdução: Sobreviventes de câncer de mama frequentemente apresentam perda de massa magra, declínio funcional e fadiga decorrentes de tratamentos oncológicos, incluindo a terapia endócrina adjuvante. Programas de exercícios podem atenuar esses efeitos, porém, mesmo com formatos remotos, barreiras de adesão ainda limitam o alcance dessas intervenções. Objetivos: Comparar a força muscular, capacidade cardiorrespiratória, composição corporal, fadiga e qualidade de vida de mulheres sobreviventes de câncer de mama em endocrinoterapia adjuvante submetidas a dois protocolos de treinamento físico - supervisionado on-line e não supervisionado (instrução para exercícios) - realizados por 12 semanas e os motivos para não participar do protocolo. Métodos: Esta tese é composta por dois braços: no primeiro foi investigado os efeitos de dois protocolos de treinamento físico online supervisionado e não supervisionado; no segundo foram avaliadas as características e motivos de mulheres que optaram por não participar da intervenção. Foram selecionadas mulheres com carcinoma de mama luminal, com até 65 anos de idade, em tratamento adjuvante com tamoxifeno ou inibidores de aromatase com início há no mínimo 6 meses e no máximo 36, previamente tratadas com quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante e cirurgia com ou sem radioterapia. Noventa e oito mulheres foram selecionadas pelo prontuário eletrônico entre 05/2023 e 02/2025. Entre as 73 mulheres que responderam ao contato por telefone ou WhatsApp, 43 aceitaram participar dos treinos, sendo que duas foram excluídas e duas descontinuadas. Das 30 mulheres que não quiseram participar dos treino, 21 aceitaram responder aos questionários de não adesão. No primeiro estudo, 39 mulheres em terapia endócrina adjuvante foram randomizadas para treinamento supervisionado online (SOG; n = 20) ou não supervisionado (NSG; n = 19) por 12 semanas. Massa magra (desfecho primário), composição corporal, força muscular, VO₂máx e qualidade de vida foram avaliados antes e após a intervenção. No segundo estudo, 21 mulheres inicialmente elegíveis, que não quiseram participar do estudo randomizado aceitaram responder questionários sobre nível de atividade física (IPAQ), fadiga (FACT-F), qualidade de vida (FACT-B) e motivos para não participação. Resultados: No primeiro estudo, interações significantes grupo × tempo foram observadas para massa magra, massa gorda e força de membros inferiores. Apenas o SOG apresentou aumento significante de massa magra (+1,05 kg) e redução de gordura corporal (−1,70 ) e maior ganho de força de membros inferiores. Não houve aumento significante de VO₂máx em nenhum grupo. A qualidade de vida melhorou em ambos os grupos, sem diferenças entre eles. No segundo estudo, mulheres não participantes apresentaram maior nível de atividade física e menor fadiga que participantes. Os motivos mais citados para não participação foram já serem fisicamente ativas (52 ) e falta de tempo para avaliações presenciais (33 ). Conclusão: O exercício supervisionado online promoveu melhorias significativas e clinicamente relevantes em composição corporal, força e qualidade de vida, superando os resultados de um protocolo não supervisionado. A não participação esteve associada à autopercepção de já ser ativa e falta de tempo para comparecer às avaliações físicas presenciais. Estratégias de recrutamento personalizadas e avaliações flexíveis podem ampliar o engajamento de sobreviventes de câncer de mama em programas de exercício. Para aquelas que já praticam exercícios regularmente, reconhecer suas rotinas atuais e oferecer formas de monitorar e avaliar o progresso pode ajudar a garantir a eficácia e a manutenção dos benefícios ao longo do tempo.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

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Acesso:
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