Qualificações e defesas - Detalhes


Morbidade Materna não grave e hipertensão: resultados da implementação do instrumento WOICE


Candidato(a): Stephanie Pabon Lozano
Orientador(a): Maria Laura Costa Do Nascimento

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Defesa remota via videoconferência
Data: 07/11/2025 - 09:00
Banca avaliadora
Titulares
Maria Laura Costa Do Nascimento
Joao Renato Bennini Junior
Samira El Maerrawi Tebecherane Haddad
Adriana Gomes Luz
Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araujo
Suplentes
Évelyn Traina
Karayna Gil Fernandes
Tábata Regina Zumpano dos Santos

Resumo



Introdução: O instrumento WOICE foi construído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), inclui questionários previamente validados para avaliar morbidades não graves, com potencial impacto no bem-estar e saúde das mulheres. Objetivo: Comparar os resultados do uso da ferramenta WOICE durante a gestação e pós-parto e descrever os achados em mulheres com transtornos hipertensivos. Métodos: Realizaram-se duas análises secundárias do estudo WOICE no Brasil, o qual foi implementado durante o terceiro trimestre de gravidez e após 42 até 90 dias do parto. Inclui escalas para avaliar ansiedade e depressão (GAD-7 e PHQ-9, um score ≥5 se traduz na presença de sintomas de ansiedade ou depressão respectivamente), alterações da funcionalidade (WHODAS, sendo alterado se o escore for ≥37,4), dados sobre violência, saúde sexual e uso de substâncias. 1) Análise secundária dos resultados do WOICE numa coorte prospectiva de 125 mulheres, usando uma abordagem antes-depois, avaliando as diferenças na frequência de morbidades não graves. 2) Análise secundaria dos resultados do WOICE de mulheres identificadas com síndromes hipertensivas no grupo antenatal e pós-natal. Resultados: Estudo 1) Dentre 1046 mulheres, foi identificada uma coorte prospectiva de 125 mulheres que participaram do estudo antes e depois do parto, 75 mulheres (60 ) apresentaram sintomas de ansiedade durante a gestação, com 48,8 após o parto (p = 0.07), os escores médios de sintomas de ansiedade reduziram de 7.56 para 5.80 (p = 0,014). A funcionalidade foi afetada em 78 casos (62,4 ) e 70 (56 ) respectivamente, e 9,6 usaram drogas durante a gravidez, reduzindo para 4,0 após o parto (RR 0.69, IC 0.49 – 0.69). Estudo 2) Das 1046 mulheres consideradas, 238 apresentaram transtornos hipertensivos e foram incluídas 99 do grupo de gestantes e 139 do grupo pós-parto. A alteração da funcionalidade foi identificada em 40,4 das gestantes e 12,2 das puérperas (p<0,001). Considerando a frequência de ansiedade (GAD-7 ≥10), esta diminuiu quase metade no grupo pós-parto (31,3 e 14,4 respectivamente, (p<0,001); 13,1 das gestantes apresentaram depressão de acordo com a escala PHQ-9 (escore ≥10), em comparação com 4,3 das puérperas (p<0,001). O uso de substâncias foi semelhante em ambos os grupos (13,1 e 14,4 , respectivamente). A exposição à violência foi de 7,1 para gestantes e 5,0 para puérperas (p=0,581), com agressão física em 3 e 1,4 , respectivamente. Conclusão: Houve redução nos sintomas de saúde mental e uso de substâncias após o parto. A funcionalidade foi afetada numa proporção considerável de mulheres. Nos casos de transtornos hipertensivos, menos mulheres no pós-parto tiveram alterações da funcionalidade e saúde mental em comparação às gestantes. A exposição à violência e uso de substâncias foram similares nos dois grupos. Os achados destacam a importância de monitorar as morbidades não graves, dado seu impacto no bem-estar das mulheres. Em gestações de alto risco, a avalição pós-parto da saúde mental e funcionalidade pode depender do desfecho gestacional, exigindo um acompanhamento individualizado. A avaliação sistemática dessas morbidades consegue visibilizá-las e direcionar o atendimento adequado.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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