Qualificações e defesas - Detalhes


Estratégias para Identificação de Pacientes Elegíveis à Medida Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA)


Candidato(a): Christian da Silva Dal Pont
Orientador(a): Wilson Nadruz Junior

Apresentação de Defesa

Curso: Clínica Médica
Local: Sala laranja da Pós-Graduação/FCM
Data: 10/12/2025 - 09:00
Banca avaliadora
Titulares
Wilson Nadruz Junior
Marcos Ferreira Minicucci
Roberto Schreiber
Annelise Machado Gomes de Paiva
Denise Engelbrecht Zantut Wittmann
Suplentes
Otavio Rizzi Coelho Filho
Rogerio Toshiro Passos Okawa
Leonardo Antonio Mamede Zornoff

Resumo



A hipertensão do avental branco (HAB) e a hipertensão mascarada (HM) são fenótipos prevalentes e clinicamente relevantes, cuja identificação adequada requer o uso medidas de pressão arterial (PA) realizadas fora do consultório, como a monitorização ambulatorial da PA (MAPA) e a monitorização residencial da PA (MRPA). Contudo, estas estratégias não estão sempre disponíveis na prática clínica. Esta tese teve como principal objetivo identificar características clínicas que possam servir para detectar indivíduos que estejam sob maior risco de apresentar HAB e HM diagnosticada pela MAPA, e com isto, serem candidatos preferenciais para realizar esta modalidade de medida de PA. O primeiro estudo objetivou investigar a acurácia de diferentes pontos de corte baseados nas diferenças de PA entre a medida de consultório (PAC) e a MAPA de 24 horas (ΔPA), com o intuito de identificar a HAB e a HM em 11.350 indivíduos de uma coorte de derivação e 7.220 indivíduos de uma coorte de validação. Foram testados os seguintes pontos de corte de ΔPA para detecção de HAB: ΔPAS/ΔPAD = 28/17, 20/15, 20/10, 16/11, 15/9 e 14/9 mmHg e ΔPAS = 13 e 10 mmHg; e de HM: ΔPAS/ΔPAD = -14/-9, -5/-2, -3/-1, -1/-1, 0/0 e 2/2 mmHg e ΔPAS = -5 e -3 mmHg. Nossas análises demonstraram que o ponto de corte de 20/15 mmHg apresentou a maior área sob a curva para detecção de HAB, enquanto o ponto de corte de 2/2 mmHg foi o que obteve maior área sob a curva para identificação de HM, em ambas as coortes. O segundo estudo investigou se a hipertensão sistólica isolada (HSI) e a hipertensão diastólica isolada (HDI) avaliadas em consultório estão associadas à HAB, em diferentes faixas etárias [jovens (<40 anos), meia-idade (≥40 e <60 anos) e idosos (≥60 anos), em uma amostra de 9.122 indivíduos submetidos à MAPA. Análises de regressão logística multivariada demonstraram que tanto a HSI quanto a HDI estiveram associadas a uma maior probabilidade de HAB, quando comparadas à hipertensão sistólico-diastólica, com razões de chances de 4,1; 3,6 e 2,1 para HSI e de 1,9; 1,5 e 1,5 para HDI, respectivamente, nos grupos jovem, de meia-idade e idoso (todos com p < 0,001). Este conjunto de dados sugere que os pontos de corte de ΔPA de 20/15 mmHg e 2/2 mmHg são os mais acurados para a identificação de HAB e HM, respectivamente, e que a HSI — e, em menor grau, a HDI — estão associadas a uma maior probabilidade de HAB. Estes dados podem ser úteis na seleção de indivíduos preferenciais para avaliação complementar da PA por métodos de aferição fora do consultório, como a MAPA.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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