Qualificações e defesas - Detalhes


INTERAÇÃO ENTRE A ADMINISTRAÇÃO ORAL DE NITRITO DE SÓDIO E OMEPRAZOL: NOVAS PERSPECTIVAS SOBRE A REGULAÇÃO DO ÓXIDO NÍTRICO E CONTROLE REDOX


Candidato(a): Macario Arosti Rebelo
Orientador(a): José Eduardo Tanus dos Santos

Apresentação de Defesa

Curso: Farmacologia
Local: Anfiteatro da Pós-Graduação da FCM/Híbrido
Data: 03/12/2025 - 13:30
Banca avaliadora
Titulares
José Eduardo Tanus dos Santos
João Batista Teixeira da Rocha
Stephen Hyslop
Renato Simoes Gaspar
Evelin Capellari Cárnio
Suplentes
Evandro Manoel Neto Neves
Carla Speroni Ceron
Luiz Osório Silveira Leiria

Resumo



O óxido nítrico (NO) pode ser formado por vias enzimáticas e não enzimáticas, e seus metabólitos — nitrito (NO₂⁻), nitrato (NO₃⁻) e espécies nitrosiladas (RXNO) — exercem funções essenciais na manutenção da homeostase endotelial, na regulação do tônus vascular e na resposta antioxidante. Apesar da relevância biológica do NO, pouco se conhece sobre a dinâmica temporal e a distribuição tecidual de seus metabólitos, especialmente sob influência de fármacos que alteram o pH gástrico, como os inibidores da bomba de prótons (IBPs). O presente trabalho teve como objetivo investigar as interações entre o nitrito de sódio e o omeprazol, avaliando seus efeitos sobre o metabolismo do NO e o equilíbrio redox. Foram conduzidos dois conjuntos de experimentos complementares. No primeiro, avaliou-se a resposta tecidual aguda e subcrônica às administrações de uma e sete doses de nitrito de sódio, examinando a distribuição e o acúmulo dos metabólitos de NO em diferentes órgãos. No segundo, investigou-se o impacto do tratamento prolongado (14 dias) com nitrito de sódio, administrado isoladamente ou em associação ao omeprazol, sobre os níveis de espécies relacionadas ao NO, parâmetros antioxidantes e marcadores de lesão hepática. Ratos machos da linhagem Sprague-Dawley foram divididos em quatro grupos experimentais (n = 6–10): Controle, Nitrito, Omeprazol e Nitrito + Omeprazol. O nitrito de sódio foi administrado por via oral (15 mg/kg/dia), enquanto o omeprazol foi aplicado por via intraperitoneal (10 mg/kg/dia), conforme o protocolo de cada etapa. As concentrações de metabólitos de NO foram quantificadas por quimioluminescência redutiva à base de ozônio (Ecomedics NOA), e as análises bioquímicas incluíram marcadores de estresse oxidativo e função hepática. Os resultados demonstraram que o acúmulo de metabólitos de NO varia de acordo com o tecido e o tempo de exposição, refletindo mecanismos distintos de captação e biotransformação do nitrito. O tratamento com nitrito de sódio promoveu aumento da capacidade antioxidante, especialmente no fígado, sugerindo efeito hepatoprotetor. No entanto, a administração concomitante de omeprazol reduziu as concentrações de espécies nitrosiladas, possivelmente devido à elevação do pH gástrico e consequente inibição de reações ácido-catalisadas, além de aumentar os níveis plasmáticos de enzimas indicativas de lesão hepática. Em conjunto, os achados desta tese indicam que o nitrito de sódio exerce efeitos benéficos sobre o balanço redox e a função hepática, enquanto o uso concomitante de omeprazol pode atenuar esses efeitos ao interferir na bioativação do nitrito. Tais resultados ampliam a compreensão sobre as interações entre nitrito e IBPs, destacando implicações relevantes para a regulação do óxido nítrico e a farmacologia do sistema gastrointestinal e hepático.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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