Introdução: A trombose venosa profunda (TVP) é caracterizada pela formação de coágulos nas veias profundas, podendo evoluir para tromboembolismo pulmonar e, a longo prazo,causando síndrome pós-trombótica (SPT), que afeta 20–60 dos pacientes em até dois anos após o episódio trombótico, prejudicando sua qualidade de vida. A Escala de Villalta é o padrão para diagnosticar a SPT, mas requer avaliação médica presencial. Versões de autoavaliação (PRV e PRV2) foram desenvolvidas e validadas na Noruega e no Canadá, porém ainda não há relatos de tais validações em território nacional.Metodologia: Realizou-se a tradução juramentada e aculturação da PRV2 para o português brasileiro. Em um estudo transversal, 80 pacientes com TVP prévia preencheram a PRV2 após assistirem um vídeo explicativo e, em sequência, foram avaliados pelo médico com a escala de Villalta original. A confiabilidade interexaminador foi medida por coeficiente Kappa de Cohen, teste de McNemar, correlação de Spearman, índices de sensibilidade, especificidade,valores preditivos positivos e negativos.Resultados: Dos 80 participantes (média de idade 48,9 ± 12,9 anos; 75 mulheres), a concordância global para presença de SPT foi de 95 (kappa = 0,54; p = 0,50). Para SPT grave, kappa = 0,62 e concordância de 92,6 . A correlação de Spearman foi de 0,84 (p < 0,0001). A Sensibilidade geral da PRV2 foi de 93,1 , especificidade de 62,5 , VPP de 95,7 e VPN de 55,5 . Apesar de variações em itens específicos (kappa variando de 0,13 a 0,74), a classificação global de gravidade mostrou-se satisfatória.Conclusão: A PRV2 oferece praticidade e autonomia ao paciente, viabilizando monitoramento remoto.A PRV2 em português brasileiro é válida e aplicável na prática clínica e pesquisa, apresentando boa concordância com a escala original.