A lesão medular é uma condição que causa inúmeras disfunções e alterações na qualidade de vida desses indivíduos, porque todos os sistemas do corpo sofrem alterações. Como essas alterações variam de acordo com o nível, o tipo e a duração da lesão, a avaliação e padronização dos comprometimentos é extremamente difícil. Uma das avaliações que pode ser mais afetada é o gasto energético. Estudos são necessários para saber se as avaliações estão corretas e se podem auxiliar na caracterização desse grupo heterogêneo.
O objetivo é comparar três grupos de pacientes com Lesão Medular (LM): tetraplégicos, paraplégicos acima de T6 e abaixo de T6, que apresentam valores de Índice de Custo Fisiológico (ICF) mais elevados em relação aos de nível inferior. Além disso, padronizar, de forma prática, a coleta do ICF em ambiente clínico.
Foram selecionados vinte e cinco indivíduos que se dividiram em três grupos: G1 (n=6) tetraplégicos, G2 (n=8) paraplégicos com lesões acima de T6 e G3 (n=11) paraplégicos com lesões abaixo de T6. A Pressão Arterial (PA) e a Frequência Cardíaca (FC) foram aferidas em repouso. O teste consistiu em propulsionar a cadeira de rodas por 5 minutos no corredor do Hospital Universitário. Após o término, foram avaliadas a PA, a FC e a distância percorrida por cada indivíduo.
Dois grupos apresentaram diferença significativa (p<0,05) entre a FC inicial e final, porém não observamos diferença entre a FC final dos grupos. Além disso, encontramos diferença significativa no ICF em tetraplégicos e paraplégicos acima de T6, porém essa diferença não está presente em paraplégicos abaixo de T6.
Concluiu-se que, ao final do teste, dois gruposapresentaram diferença significativa entre as FC inicial e final, mas não foi observada diferença entre as FC finais dos grupos, o que se reflete, em certa medida, ICF, visto que este não apresenta diferença entre os grupos.