Qualificações e defesas - Detalhes


ASSOCIAÇÃO ENTRE ESPESSURA DAS SUBCAMADAS CAROTÍDEAS E ALTERAÇÕES CARDÍACAS EM PACIENTES DIALÍTICOS


Candidato(a): Demétrio da Cruz Souza Vieira
Orientador(a): Wilson Nadruz Junior

Apresentação de Defesa

Curso: Clínica Médica
Local: Anfiteatro da Pós-graduação - FCM/Unicamp
Data: 03/12/2025 - 09:00
Banca avaliadora
Titulares
Wilson Nadruz Junior
Otavio Rizzi Coelho Filho
Annelise Machado Gomes de Paiva
Suplentes
Roberto Schreiber
Marcos Ferreira Minicucci

Resumo



Introdução: Disfunção e hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) são contribuintes-chave para o aumento do risco cardiovascular, e são relacionados com aumento da espessura médio-intimal carotídea (EMIc) em pacientes em hemodiálise (HD). Embora a EMIc seja considerada um marcador de aterosclerose, examinar seus componentes – a camada íntima (EIc, associada com aterosclerose) e a camada média (EMc, relacionada a arteriosclerose) – pode prover um entendimento mais profundo sobre os mecanismos associados com remodelamento do ventrículo esquerdo (VE). Para explorar as conexões entre anormalidades vasculares e cardíacas em pacientes em HD, nosso estudo teve como objetivo avaliar a relação entre as subcamadas da parede carotídea e as alterações estruturais e funcionais do VE nessa população de alto risco.

Métodos e Resultados: Este estudo transversal avaliou uma amostra de conveniência de 102 pacientes com insuficiência renal (IR) com idade ≥18 anos, em HD, submetidos a análises clínicas, laboratoriais e ultrassonográficas da carótida em um ambulatório universitário de HD, entre 2022 e 2024. A ecocardiografia foi utilizada para avaliar a HVE, disfunção diastólica e a disfunção sistólica do VE. Cinco medidas de EIc, EMc e EMIc, em áreas livres de placas, foram realizadas; baseado nessas medidas a razão EIc/EMc foi calculada. Análise de regressão logística multivariável (ajustada para idade, e outras variáveis ​​que foram estatisticamente diferentes entre indivíduos com e sem cada alteração do VE) avaliou a relação de HVE, E/e’>14, strain longitudinal global (SLG)>-16 ou fração de ejeção do VE (FEVE)<50 com EMIc, EMc, EIc e placas carotídeas. A significância foi considerada para p <0,05. A amostra apresentou média de idade de 57 ± 15 anos, 59 eram homens, 91 hipertensos, 48 diabéticos, 7 fumantes e tempo mediano de HD de 17 [2,36] meses. Os valores médios de EIc, EMc, EMIc e da razão EIc/EMc foram de 0,43 ± 0,130 mm, 0,41 ± 0,09 mm, 0,83 ± 0,19 mm e 1,07 ± 0,28; 51 dos pacientes apresentavam placas carotídeas, enquanto 48 , 36 , 20 e 39 apresentavam HVE, E/e' > 14, FEVE < 50 e SLG >-16 , respectivamente. Esta análise mostrou que HVE foi associada com EIc (OR [95 CI] = 1,73 [1,13 - 2,37], p =0,012), razão EIc/EMc (OR [95 CI] = 1,24 [1,04-1,49], p = 0,015) e EMIc (OR [95 CI] = 1,41 [1,03-1,93], p = 0,031). Em relação ao padrão de geometria do VE, resultados de análises ajustadas mostrou que HVE excêntrica foi associada com EIc (OR [95 CI] = 1,64 [1,06-2,54], p = 0,027) e razão EIc/EMc (OR [95 CI] = 1,25 [1,03-1,51]; p = 0,023). Por outro lado, E/e’ >14 =, GLS > -16 e FEVE<50 mostrou nenhuma associação independente com algum parâmetro carotídeo.

Conclusões: EIc e razão EIc/EMc foram mais intimamente associados com HVE e HVE excêntrica do que EMIc ou EMc em pacientes em HD, sugerindo que estes parâmetros podem ser novos marcadores de risco cardiovascular nessa população.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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