Qualificações e defesas - Detalhes


EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS DE REPARO DE DNA, MLH1, MSH2, MSH6 E PMS2 EM PORTADORES DE PORTADORES DE CÂNCER COLORRETAL.


Candidato(a): Gustavo Sevá Pereira
Orientador(a): Claudio Saddy Rodrigues Coy

Apresentação de Defesa

Curso: Ciências da Cirurgia
Local: Sala da Congregação da FCM
Data: 04/12/2025 - 08:00
Banca avaliadora
Titulares
Claudio Saddy Rodrigues Coy
Maria De Lourdes Setsuko Ayrizono
Nelson Adami Andreollo
Carlos Frederico Sparapan Marques
Henrique Sarubbi Fillmann
Suplentes
Luiz Henrique Cury Saad
Everton Cazzo
Caio Sergio Rizkallah Nahas

Resumo



Os carcinomas são os mais frequentes tumores colorretais. O câncer colorretal tem elevada incidência e alta mortalidade. problema de saúde pública, especialmente com o aumento da expectativa de vida da população. Estima-se que até 30 dos casos possam estar associados a causas hereditárias ou mutações em genes de reparo. A detecção destas condições pode alterar a conduta terapêutica, orientar o rastreamento adequado e possibilitar o aconselhamento adequado de familiares.

Este estudo teve como objetivo determinar a frequência de perda de expressão das proteínas de reparo de DNA, MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2 por imuno-histoquímica em peças cirúrgicas de adenocarcinoma colorretal e analisar sua associação com sexo, faixa etária dos pacientes, localização do tumor, grau de diferenciação tumoral e estadiamento TNM. Foi realizada análise retrospectiva de corte transversal, não intervencionista, em 330 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de câncer colorretal no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e em clínica privada do autor. Foram excluídos do estudo os pacientes com outros diagnósticos histológicos, aqueles submetidos à quimio e radioterapia com resposta patológica completa, portadores de doença inflamatória intestinal e câncer, e portadores de síndrome de polipose familiar. As lâminas de peças cirúrgicas foram avaliadas por imuno-histoquímica para identificar a expressão nuclear das quatro proteínas do sistema MMR. Dados de idade, sexo, localização, grau de diferenciação e estadiamento TNM foram avaliados. A análise estatística foi conduzida adotando p < 0,05 como limiar de significância, e realizada com auxílio de plataformas de inteligência artificial. Denominou-se dMMR quando houve perda de expressão de pelo menos uma das proteínas analisadas e pMMR na manutenção da expressão das quatro proteínas.

Perda da expressão de pelo menos uma das proteínas avaliadas ocorreu em 42 casos (13,0 ) Dos 330 tumores, 42 (13,0 ) apresentaram dMMR. A prevalência de dMMR e foi significativamente maior em neoplasias do cólon proximal (22,4 , vs 8,6 ; p=0,001) comparadas às do cólon distal (8,6 ), com p = 0,001. Observou-se ainda que 38,1 dos tumores de alto grau (indiferenciados, pouco diferenciados e mucinosos) apresentaram deficiência de dMMR, contra 11,0 nos de baixo grau (bem ou moderadamente diferenciados; p = 0,002). Em relação ao acometimento de linfonodos, houve maior proporção de dMMR em tumores pN1–pN2 em comparação a pN0 (17,1 ) e 11,0 respectivamente; p = 0,045). Não foi observada alteração A distribuição etária de monstrou percentuais de dMMR semelhantes em pacientes com menos ou mais de 50 anos (13,5 vs 12,8 ; p = 0,825) e sexo (14,4 em mulheres vs 11,0 em homens; p = 0,458).

Esses achados alinham-se às estimativas da literatura, que situam a prevalência de dMMR no câncer colorretal entre 10 e 20 . A marcada concentração de tumores dMMR no cólon proximal e em histologia de alto grau reforça o valor da triagem imunohistoquímica rotineira em todos os casos recém-diagnosticados. Ao elucidar a distribuição e as correlações clínicas do dMMR, este estudo oferece dados relevantes para a otimização de protocolos de vigilância, para a tomada de decisão terapêutica e para o aconselhamento genético de pacientes com câncer colorretal e seus familiares.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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