XXXI CoMAU - 2022


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EFEITO ANTIPROTEINÚRICO DA ESPIRONOLACTONA EM TRANSPLANTE RENAL: SEGUIMENTO DE CINCO ANOS DE TRATAMENTO

Autores: João Antonio Pessoa de Freitas, Marilda Mazzali, Marcos Vinicius de Sousa,



RESUMO

Introdução: A aldosterona é um dos fatores que promovem lesão tecidual crônica do enxerto renal, levando ao desenvolvimento de fibrose renal e proteinúria, com redução da sobrevida e função do órgão. A inibição da aldosterona parece ser eficaz no tratamento da disfunção crônica do enxerto, reduzindo a proteinúria e a esclerose glomerular. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento com espironolactona, enquanto antagonista farmacológico da aldosterona e inibidor do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona, sobre a proteinúria em receptores de transplante renal, considerando a terapêutica como potencial tratamento para disfunção crônica do enxerto, contribuindo para maior sobrevida. Metodologia: estudo de coorte retrospectivo em receptores de transplantes renais de doadores falecidos ou vivos realizados no período de janeiro de 1991 a dezembro de 2015. Os critérios de inclusão foram proteinúria persistente superior a 0,5g/dia e tratamento com espironolactona, com posterior agrupamento dos pacientes, de acordo com os níveis de proteinúria, em baixa (<1 g/g), moderada (entre 1 g/g e 3 g/g) e nefrótica (>3 g/g). Os dados clínicos e laboratoriais foram obtidos a partir da revisão dos prontuários médicos. Resultados preliminares: Foram incluídos 145 pacientes, com idade média de 42,7 ± 13,8 anos, 109 (75,2%) do sexo masculino, a maioria (n=111, 76,5%) receptores de doadores falecidos. A principal etiologia da DRC foi hipertensão arterial (n=28, 19,3%), seguido de causa indeterminada (n=25, 17,2%) e glomerulonefrite crônica (n=22, 15,2%). A mediana de tempo pós-transplante para início do tratamento foi de 54,1 (0,7-272,3) meses. A média da relação proteinúria/creatininúria ao início do tratamento foi de 2,2 ± 2,2, com redução significativa da proteinúria após 12 meses de tratamento (1,4 ± 1,6, p<0,01). Houve redução progressiva da proteinúria durante os meses seguintes de tratamento, atingindo média de proteinúria de 1,1 ± 1,1 (p<0,01) em 5 anos de seguimento. Houve duas interrupções do tratamento, ambas por ocorrência de ginecomastia. Discussão: O uso de espironolactona pode ser uma terapia segura para controle de proteinúria pós-transplante. Durante o seguimento, apenas dois eventos adversos foram presentes, ambos por ginecomastia, não sendo observados hipotensão ou hipocalemia nos pacientes. Os efeitos mais expressivos da terapêutica foram no grupo de proteinúria nefrótica, inicialmente com média dos valores de proteinúria igual a 5,5 g/g, apresentando redução significativa desses valores já nos 12 primeiros meses, com persistência da redução durante o seguimento, inclusive atingindo valores não nefróticos (média de 1,37 g/g) ao final dos cinco anos. Os grupos com proteinúria menores que 3g/g tiveram certa estabilização da média dos valores de proteinúria, permanecendo em suas respectivas faixas pré-estabelecidas. Em todos os grupos, não houve comprometimento significativo da função renal, apresentando inclusive elevação da média da taxa de filtração glomerular no grupo de proteinúria nefrótica ao final do seguimento. Portanto, a partir deste seguimento, foi possível sugerir eficácia da droga no controle da excreção de proteínas, além de se ter demonstrado uma terapia segura para pacientes transplantados renais. Conclusões: O tratamento com espironolactona foi efetivo na redução da proteinúria em transplantados renais, com redução progressiva dos valores de proteinúria ao longo de 5 anos de seguimento.



PALAVRA-CHAVE: Transplante renal, disfunção crônica do enxerto, espironolactona, aldosterona, proteinúria.




  Apresentação



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa

FINANCIAMENTO: CNPq




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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