XXXI CoMAU - 2022


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RELATO DE CASO: PARACOCCIDIOIDOMICOSE

Autores: Laura de Godoi Veiga, José Gonzaga Teixeira de Camargo ,



RESUMO

RELATO DE CASO: PARACOCCIDIOIDOMICOSE VEIGA, L. G; CAMARGO, J. G. T. INTRODUÇÃO: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença sistêmica e endêmica causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. Apesar da via primária da infecção ser a pulmonar, vários sítios anatômicos podem ser acometidos pela disseminação linfo hematogênica. É a infecção fúngica mais importante da América Latina, ocorrendo principalmente em regiões tropicais e subtropicais. O Brasil é considerado um centro endêmico da doença, sendo mais prevalente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. RELATO DE CASO: Paciente, 27 anos, sexo feminino, foi atendida no Pronto-socorro com queixa de dispneia, febre e tosse. Com a suspeita de COVID 19, foram realizados PCR – RT com resultado negativo e uma tomografia de tórax que detectou linfonodomegalias nas cadeias subcarinal e paraesofágica. Ausência de opacidades pulmonares sugestivas de inflamação/infecção. Achado adicional: Aparentes linfonodomegalias adjacentes ao tronco celíaco e junto ao hilo hepático, parcialmente avaliadas neste protocolo orientado para o tórax. Diante desse quadro, foi realizada TC de abdome que detectou lesões expansivas, infiltrativas e heterogêneas, com áreas liquefeitas/necróticas de permeio, confluentes, localizadas no hilo hepático, medindo 5,1 x 3,9 cm. Está em íntimo contato com o duodeno, cabeça/corpo pancreático e com a veia porta, determinando afilamento significativo deste vaso. Também foi realizada ressonância magnética com resultado de linfonodomegalias no hilo hepático, peripancreáticas e retrocaval, com centro necrótico, algumas confluentes, medindo até 4,2 x 2,3 cm no espaço portocaval. Baço preservado, apresentando pequenas lesões nodulares hipovasculares mal delimitadas e difusamente distribuídas. Diante dos achados, considerou-se infecção granulomatosa, que poderia indicar tuberculose (TB) e sarcoidose como principais hipóteses diagnósticas, não descartando acometimento neoplásico. Para confirmar o diagnóstico, foi realizada ecoendoscopia alta com punção. O material puncionado foi enviado para diversas análises, dentre eles a BAAR para mycobacterium tuberculosis, cujo resultado deu negativo, não excluindo o diagnóstico de TB. No mesmo dia, o exame anátomo-patológico revelou presença de fungos no espécime de linfonodo abdominal da paciente, diagnosticando Paracoccidioidomicose. DISCUSSÃO: A exposição do respectivo caso tem como objetivo apresentar todo o processo de investigação da doença até o diagnóstico correto. Tanto a PCM quanto a TB podem acometer sítios extrapulmonares através da via linfo hematogênica ou por contiguidade. Nesse sentido, pode-se pensar na TB como diagnóstico diferencial visto que se houver uma falha no mecanismo de depuração do agente infeccioso, o número no foco de inoculação aumenta, resultando em disseminação linfo hematogênica, que poderia causar linfonodomegalia e acometimento de órgãos extratorácicos. Já na PCM, a infecção pelo fungo, que geralmente ocorre na infância ou na adolescência, pode evoluir na idade adulta dependendo da virulência do mesmo, da quantidade de esporos inalados e da integridade do paciente. Diante disso, a resposta imunológica do hospedeiro pode levar a uma cura espontânea ou disseminar-se pelo organismo causando granulomatose crônica. A doença manifesta-se mais frequentemente a partir dos 30 anos de idade, sendo que em mulheres, a infecção é rara devido o papel protetor do hormônio estrogênio, o que pode ter gerado dúvida ao fazer o diagnóstico. Os sítios mais acometidos são a cavidade oral e a faringe, mas o fungo pode se disseminar para linfonodos abdominais pela via linfo-hematogênica, causando linfonodomegalia abdominal, que corresponde a cerca de 11,5% dos casos de PCM. CONCLUSÃO: No relato de caso exposto, observa-se múltiplas hipóteses diagnósticas para a paciente com Paracoccidioidomicose, o que evidencia a importância da divulgação do caso em questão para que em casos semelhantes, essa hipótese diagnóstica seja considerada entre os diagnósticos diferenciais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - PALMEIRO, M; CHERUBINI, K; YURGEL, L. S. Paracoccidioidomicose-Revisão da Literatura. Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, v. 15, n. 4, out./dez. 2005 - VERMELHO, M. B. F; CORREIA, A. S; MICHAILOWSKY, T. C. A; SUZART, E. K. K; IBANÊS, A. S; ALMEIDA, L. A; KHOURY, Z; BARBA, M. F. Alterações abdominais da paracoccidioidomicose disseminada: achados por tomografia computadorizada. Radiol Bras, São Paulo , v. 48, n. 2, p. 81-85, Apr. 2015



PALAVRA-CHAVE: Paracoccidioidomicose; linfonodomegalias; tuberculose




  Apresentação



ÁREA: Cirurgia

NÍVEL: Relato de caso




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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