XXXI CoMAU - 2022


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ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALEIA EM PACIENTES PÓS-COVID

Autores: Jane Ramos Carvalho, Karen Antonia Girotto Takazaki,



RESUMO

Introdução SARS-CoV-2 é o vírus causador da COVID 19, doença emergida no ano de 2019 que é caracterizada principalmente por manifestações clínicas respiratórias, como febre, dor de garganta, tosse e dispneia. Pesquisas focadas na sintomatologia neurológica avançam a cada dia e, dentre todos, a cefaleia tem se mostrado importante e frequente, acometendo de 11 a 34% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 e de 6 a 10% dos sintomáticos (Bolay et Al). Tendo em vista que, apesar da considerável prevalência, as características semiológicas da cefaleia mais presentes nos acometidos ainda carecem de conclusões, o presente estudo pretende aprofundar a pesquisa de tais características, por meio do cruzamento dedados obtidos de pacientes que apresentaram positivo no RT-PCR. Materiais e métodos Estudo transversal descritivo epidemiológico, iniciado pelo planejamento do trabalho, decisão de metodologia da entrevista e da seleção de pacientes, elaboração dos itens do formulário da pesquisa, captação de pacientes e aplicação da pesquisa, compilação dos dados, análise e discussão de resultados, culminando com a conclusão do projeto. RESULTADOS Até o dia 12 de junho, foram entrevistadas 74 pessoas, sendo 72 delas fizeram o teste para PCR e dessas 67 tiveram resultado positivo para COVID-19, ou seja 94,5% dos participantes da pesquisa. Dessas 67 pessoas, 47 eram mulheres (70%) e 20 eram do sexo masculino (30 %). Nenhuma das mulheres estava grávida durante o período que contraiu COVID, portanto o comportamento da cefaleia não pode ser analisado durante a gestação. Os indivíduos entrevistados compreendem a faixa etária de 18 anos a 65 anos. Dos 67 participantes apenas 2 deles se apresentaram assintomáticos quando positivados para COVID, representando 2,98% do número de pessoas estudado. Desse modo 97.02% das pessoas (65 pessoas) tiveram algum sintoma durante a infecção. Das 65 pessoas, 18 não apresentaram cefaleia (26,2%) e 48 pessoas (73,8%) tiveram cefaleia como sintoma. Tendo em vista os sintomas mais comuns dentro da Síndrome de COVID, pode-se perceber que a cefaleia é um sintoma muito comum. De 48 pessoas que apresentaram a cefaleia como sintoma, 23 tiveram ela como primeiro sintoma (48%) e 25 tiveram depois dos primeiros sintomas (52%). 11 pessoas tiveram apenas um episódio de cefaleia, ou seja 23% dos pacientes que tiveram o sintoma. E 37 pessoas tiveram várias crises (77%). No que tange a frequência da cefaleia durante a semana: 8 pessoas tiveram durante 7 dias (16,7%); 2 pessoas tiveram durante 6 dias (12,5%), 5 pessoas relataram o sintoma durante 5 dias (10,4%), 7 pessoas relataram tem o sintoma durante 4 dias (14,5%), 10 pessoas relataram ter durante 3 dias (6,25%), 7 pessoas durante 2 dias (16,7%); 9 pessoas disseram ter o sintoma durante 1 único dia (18,75%). Durantes os episódios de cefaleia: 32 pessoas tiveram fotofobia associada (66,67%), 25 pessoas tiveram fonofobia associada à cefaleia (52,1%) e 19 pessoas sentiram náusea juntamente a cefaleia (39,6%). 10 pessoas tiveram escotomas (20,8%). DISCUSSÃO Analisando-se o perfil clínico dos 67 indivíduos que participaram da pesquisa e que tiveram o teste RT-PCR positivado, até o dia 12 de junho, é possível constatar que a maioria apresentou cefaleia em algum momento da infecção pelo vírus SARS-Cov-2. Uma porcentagem grande dos pacientes que tiveram cefaleia durante a covid já havia sido previamente diagnosticada com enxaqueca. A cefaleia foi apresentada como primeiro sintoma na maioria dos casos e que apareceu predominantemente como múltiplas crises, de intensidade maior que 8 e de localização frontal do crânio e em região de nuca. Eram associadas a fotofobia e fonofobia na maioria dos casos, além de uma minoria de casos que apresentou náuseas. Podendo ser possível também a presença de escotomas. A cefaleia para grande parte das pessoas se tornou impeditivo das atividades diárias. Como fatores acompanhantes, náusea e fotofobia foram os mais presentes. CONCLUSÃO O levantamento de informações ocorreu de acordo com o esperado e o acervo de resultados ficou com uma amostra adequada para a realização do estudo. Das 72 pessoas que realizaram o teste PCR para COVID 19, 67 tiveram resultado positivo para COVID 19 e a partir delas conseguimos realizar o formulário eletrônico, das quais 48 pessoas responderam terem tido cefaleia durante o período infeccioso da COVID. E a partir das quais o presente artigo conseguiu caracterizar a descrever as características mais prevalentes deste sintoma nos pacientes positivados para COVID 19. Desse modo fica uma maior contribuição para a literatura sobre um sintoma antes pouco estudado. Os dados encontrados nessa pesquisa corroboram com os achados por Bolay (2020, p.1417) no que tange a fotofobia e fonofobia. No entanto, o presente estudo encontrou associação entre diagnóstico prévio de enxaqueca e cefaleia no período da doença enquanto Boley (2020, p. 1417), não constatou tal ligação.



PALAVRA-CHAVE: Migrânea; Betacoronavírus; Cefaléia




  Apresentação



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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