Autores:
Carolina Vieira Luna , Natália Hao Cheng Liu, Mário do Carmo Martini Bernardo , Letícia Alves de Castro,
Introdução: O processo do nascimento exige diversas adaptações fisiológicas do recém-nascido sendo as principais a respiratória, com estabelecimento de respiração pulmonar; a circulatória, em que ocorre o fechamento dos shunts fetais e a térmica. Essa adaptação está sujeita a intercorrências que podem levar o recém-nascido à asfixia, necessitando nesse momento de intervenções, incluindo procedimentos de reanimação neonatal. O Hospital Materno-Infantil de Marília (HMIM) é referência no SUS para partos de risco para o município de Marília e região. Até o momento, porém, não há dados sobre a frequência com que os recém-nascidos (RN) necessitam de manobras de reanimação preconizadas pelo Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN/SBP) neste Hospital. O conhecimento desses dados possibilitaria uma avaliação indireta da assistência prestada aos RN. Objetivos: Descrever a distribuição percentual dos procedimentos de reanimação neonatal e comparar com dados disponíveis na literatura. Metodologia: Estudo observacional, retrospectivo, com dados coletados de prontuários, no período de 01/07/2019 a 31/12/2019. A unidade de análise é constituída por todos os RN vivos no hospital, sem critérios de exclusão, totalizando 743 neonatos. Os dados foram analisados de forma descritiva e comparados com o PRN/SBP e a Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais. As variáveis selecionadas para análise foram: sexo do recém-nascido, idade gestacional, tipo de parto, peso ao nascer e as manobras de reanimação realizadas (pressão positiva, intubação orotraqueal e reanimação avançada composta por massagem cardíaca e/ou medicações). Ressalta-se que, dentre as manobras de reanimação, não foram analisados os passos iniciais, devido à falta de dados consistentes nos prontuários. Resultados/Discussão: Em relação ao número total de RN, 8,61% necessitaram de ventilação com pressão positiva com máscara (VPP+máscara); 2,83% de VPP + máscara com intubação e 0,27% de reanimação avançada. Entre os RN com idade gestacional ≥ 34 semanas, 7,48% necessitaram de ventilação com pressão positiva (VPP) com máscara; 0,44% de VPP com máscara e intubação e 0% de Reanimação Avançada (massagem cardíaca e/ou medicações). Em relação aos RN ≥ 1500g, verificou-se a proporção de VPP de 8%; intubação de 0,5% e reanimação avançada 0,14%. Tais dados se apresentam em proporção próxima ao descrito nas Diretrizes da SBP. Além disso, 68,9% dos RN com idade gestacional entre 23-31 semanas receberam ventilação com máscara ou cânula traqueal e 3,4% reanimação avançada, valores semelhantes aos publicados pela Rede. Conclusão: As práticas de reanimação neonatal desenvolvidas no HMIM, representadas pela pressão positiva (VPP), intubação (IOT) e reanimação avançada (massagem cardíaca e/ou medicações) no período em questão, apresentaram distribuições próximas aos dados do PRN/SBP e da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais. Esse trabalho é um primeiro passo para se aprimorar o sistema de acompanhamento e avaliação dos procedimentos de reanimação neonatal no Hospital.
PALAVRA-CHAVE: Recém-nascido; Reanimação neonatal; manobras de reanimação
ÁREA: Saúde da Criança e do Adolescente
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
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