Embora todos os prebióticos sejam fibras, nem toda fibra é prebiótica (2, 9) .
São definidas como fibras prebióticas os “ingredientes fermentados seletivamente
pelas bactérias do cólon que resultam em mudanças específicas na composição e(ou)
atividade da microbiota intestinal”, conferindo benefícios à saúde do hospedeiro (4, 9,
14) . Isso geralmente refere-se a capacidade de uma fibra aumentar o crescimento de
bifidobacterium e lactobacillus, que contribuem na melhoria da função da barreira
intestinal e imunidade do hospedeiro, redução de subpopulações de bactérias
potencialmente patógenas (clostridium e Enterococcus espécies), e produção de
ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), quando o consumo é entre 5 a 10 gramas/dia
(2, 9, 15) . Os prebióticos incluem inulina, FOS, GOS, lactulose e oligossacarídeos do
leite humano (16) . São encontrados naturalmente em alimentos como alho-poró,
aspargos, chicória, alcachofra, alho, cebola, trigo, banana, batata yacon, beterraba,
aveia e soja (2, 7) .

As fibras fermentativas e amidos resistentes não digeridos e absorvidos no intestino
delgado são metabolizados prontamente pelas bactérias do cólon em AGCCs,
(acetato, propionato e butirato), ácido láctico, hidrogênio e gás metano. Ambos os
tipos de fibras têm ação anti-inflamatória (12) . Entre 90 e 99% dos AGCCs são
absorvidos no intestino ou usados pela microbiota intestinal (9) . O butirato é
considerado o mais benéfico em termos de saúde colônica, pois é a fonte de energia
preferida para as células epiteliais do cólon e promove diferenciação e proliferação
celular (2) . As bactérias produtoras de butirato, principalmente Eubacterium rectale,
Roseburia spp, Faecalibacterium Prausnitzii e Akkermansia muciniphila, associaram-
se a redução da inflamação, neoplasia e melhora da função da barreira intestinal (3,
9) .

Autor: Dr. Daniela O. Magro


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