Qualificações e Defesas - Detalhes

MIRNAS CIRCULANTES NA ATAXIA DE FRIEDREICH: PERFIL DE EXPRESSÃO E CORRELATOS CLÍNICOS

Candidato(a): Thiago Mazzo Peluzzo
Orientador(a): Marcondes Cavalcante Franca Junior



Apresentação de Defesa
Curso: Doutorado em Fisiopatologia Médica
Local: Anfiteatro do Prédio da CPG
Data: 24/05/2024 - 08:30 hrs
Banca avaliadora
Titulares
Marcondes Cavalcante Franca Junior - Presidente
Maria Luiza Saraiva Pereira - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Maria Carolina Pedro Athiè - Faculdade de Ciências Médicas - Unicamp
Fabio Rogerio
Pedro José Tomaselli - USP - RIBEIRÃO PRETO
Suplentes
Jonas Alex Morales Saute - Hospital das Clínicas de Porto Alegre
Luciana Cardoso Bonadia - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
José Luiz Pedroso - Universidade Federal de São Paulo

Resumo


A ataxia de Friedreich (AF) é a ataxia hereditária autossômica recessiva mais comum, causada por expansões (GAA) instáveis em homozigose no 1º íntron do gene FXN situado no cromossomo 9. Trata-se de uma doença neurodegenerativa, de início precoce e evolução progressiva e a gravidade da doença está relacionada com o tamanho das expansões GAA encontradas nos pacientes. A principal fisiopatologia é a morte dos neurônios dos gânglios dorsais, seguida da degeneração da coluna posterior da medula espinhal e dos tratos espinocerebelares, culminando com atrofia medular, especialmente na região cervical. Os sintomas de AF geralmente se iniciam de forma precoce e tem caráter progressivo; dentre eles estão a instabilidade da marcha e a incoordenação de movimentos como os primeiros sinais. Porém, também são evidentes: a perda da sensibilidade vibratória e proprioceptiva, a fraqueza muscular, geralmente associada à escoliose, disfunções cognitivas, tremores de extremidades, disfagia, disartria, pés cavos, cardiomiopatia e diabetes. As disfunções cardíacas são a causa mais comum de morte na AF. Com terapia limitada e a aprovação do primeiro agente modificador para a doença, a busca por biomarcadores biológicos, que acompanhem a sua progressão, são imprescindíveis para ajudar e facilitar o desenvolvimento de novas terapias. Nos últimos anos os miRNAs surgiram como biomarcadores promissores em várias áreas médicas como a oncologia, cardiologia, epilepsia, entre outros. Os miRNAs plasmáticos circulantes tem potenciais vantagens como biomarcadores devido ao seu tamanho, estabilidade contra RNases do sangue, relativa facilidade de obtenção (do sangue periférico), armazenamento (-80ºC), e medição através de RT-qPCR. Entretanto, há um número limitado de trabalhos visando a expressão dos miRNAs plasmáticos em AF e, até agora, nenhum miRNA diferencialmente expresso em comum foi identificado entre esses estudos. Isso provavelmente se deve a diferenças nas i) tecnologias aplicadas; ii) etnias das amostras ou na iii) diferença fenotípica dos grupos estudados. Nesse estudo há uma tentativa de caracterizar a assinatura dos miRNAs plasmáticos e seus correlatos em numa coorte de pacientes brasileiros com AF. Nós encontramos dois miRNAs com expressão diferencial, o miR-26a-5p e o miR-15a-5p, que foram correlacionados com danos estruturais no cérebro, coração e medula espinhal. Nós, então, os propusemos como possíveis biomarcadores prognósticos para essas características de fenótipo profundo e, ainda que esses dados sejam transversais, estudos longitudinais são necessários para a determinação de sua eficácia completa.