Atenção Básica e Especializada em Saúde será foco de pesquisa em quatro estados

Nos dias 17 e 18 desse mês, a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp sediou em seu Departamento de Saúde Coletiva, o primeiro seminário sobre a pesquisa pública que irá analisar o funcionamento, a utilização e a qualidade dos serviços de Atenção Básica à Saúde, bem como o acesso da população à Atenção Especializada para condições crônicas e de saúde mental, nas regiões metropolitanas de Fortaleza (CE), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS). Dentre os objetivos do projeto está a efetivação de um programa de atenção universal, integral e territorializado, que favoreça práticas ampliadas e compartilhadas em saúde.

Coordenado pelo médico sanitarista da FCM, Gastão Wagner de Sousa Campos, o inquérito conta com a participação de grupos de pesquisa da Unicamp, Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Universidade de Fortaleza (Unifor) e recebe financiamento dos ministérios, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Saúde (MS), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE).

Segundo explicou a professora do Departamento de Saúde Coletiva da FCM, Rosana Teresa Onocko Campos, a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto sistema universal, pressupõe investigações quantitativas e qualitativas sobre como se dá a articulação entre os modelos de Atenção Básica e de Atenção Especializada, atualmente vigentes no Brasil. “Os dados quantitativos serão produzidos por meio de um inquérito realizado com profissionais e usuários desses serviços. Por sua vez, o material qualitativo será oriundo dos grupos focais e levará em conta, a análise de prontuários e entrevistas em profundidade”, explicou.

Na ocasião do encontro, a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Unifor, Raimunda Magalhães da Silva, comemorou a iniciativa, enfatizando que uma pesquisa desse porte, realizada de forma ampla e profunda, tem potencial para mostrar a realidade do País nas questões ligadas à assistência em saúde. “Esse é o momento em que podemos contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e de serviços de saúde oferecidos pelo SUS. Nossa tentativa é propor um trabalho que melhore a assistência, e qualifique os profissionais para um atendimento básico de maior êxito e entusiasmo”.