XIII Semana de Pesquisa - 2022


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A grupoterapia psicanalítica como ferramenta de cuidado para adolescentes exposto à violência

Autores: Douglas Fernandes Moura


Link: https://youtu.be/uifIY4yhyVA


RESUMO

INTRODUÇÃO: O fenômeno da violência está em ascensão no país e foi agravado pela pandemia do COVID-19. As principais vítimas de violência nesse contexto foram crianças e adolescentes que estavam sem rede de suporte e se encontravam isoladas em casa. A psicanálise pode atuar como uma ferramenta de intervenção para auxiliar na elaboração dos traumas vividos por essa população, assim como a saúde coletiva pode estudar esse fenômeno e implementar possíveis intervenções. Portanto o presente estudo tem como objetivo discutir, analisar e descrever um novo dispositivo de cuidado em saúde para adolescentes residentes da cidade de Campinas que diminua os impactos causados na saúde mental desta população. Esse dispositivo será composto por atendimentos grupais psicanalíticos INTRODUÇÃO O tema da violência está em evidência e sua complexidade proporciona o levantamento constante de novas questões, permitindo um debate em aberto e sendo usado como objeto de estudo e pesquisa. Em linhas gerais, a violência pode ser definida como o exercício de um poder ou de uma força sobre o outro, contra sua vontade e sem seu consentimento (Júnior e Besset, 2010) Minayo (2006), descreve que apesar da violência não ser um tema específico da área da saúde, devemos estudá-la devido aos seus impactos físicos e subjetivos, porque ela acarreta em lesões, traumas e mortes. Para melhor compreensão, devemos relacionar saúde, condições, situações e estilo de vida. O Atlas da Violência 2021 aponta o aumento no número de Mortes Violentas por Causa Indeterminada no país, de 88,8% entre os anos de 2017 e 2019. Quando abordamos as outras espécies de violência e filtramos por faixa etária, encontramos grandes índices de maus tratos à crianças e adolescentes, que podem acontecer de diversas formas A Organização Mundial de Saúde, reconhece esse problema como de Saúde Pública, de difícil resolução e de grande desafio para profissionais e gestores (Caldas, 2021). Os estudos de Caldas e Gasparini (2021) apontam crescimento nos casos de violência contra crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19. Os casos de violência sexual tiveram aumento de notificações no início da pandemia em todo o país, o que está ligado às medidas de segurança sanitária, como o isolamento social e o fechamento de espaços coletivos como escolas e outros serviços, em que as crianças e adolescentes perderam parte das suas figuras de apoio e protetivas. A psicanálise aborda o tema da violência por diferentes ângulos segundo os estudos de Canavêz, Júnior e Basset (2010) a violência pode ser entendida como um sintoma civilizatório de acordo com a teoria freudiana. O saber analítico é um instrumento construído por Freud para interrogar a lógica inconsciente subjacente ao que poderia ser identificado como um sintoma, ou seja, como aquilo que vai mal, que incomoda e que causa um certo dano ao sujeito que dele padece (JÚNIOR e BASSET, 2010, p. 324). Com a contribuição da psicanálise e considerando os impactos subjetivos que esta experiência traz, podemos pensar que um dispositivo potente para auxiliar na elaboração dos adolescentes expostos a violência seria uma escuta psicanalítica. O espaço psicanalítico grupal providencia uma matriz relacional que é distinta do cotidiano familiar, escolar, nele as crianças e adolescentes aprendem a dividir e reconhecer no outro, os mesmos sentimentos que experienciam, e onde podem surgir novas formas de perceberem esses mesmos sentimentos (Fernandes, 2021). Portanto, não podemos deixar de pensar que a violência deve ser vista também pela ótica da saúde coletiva. A começar pelos impactos que a mesma causa na saúde física e psíquica de determinadas comunidades, seus crescentes números em diversos estudos e pesquisas e como a violência se dá pela teia das relações sociais. As ciências sociais e a epidemiologia podem contribuir significativamente no estudo desse fenômeno para o planejamento de intervenções no contexto de um sistema de saúde universal e integrado a outras ações de desenvolvimento social e comunitário (Oliveira, 2008).

OBJETIVOS: Discutir a implementação e analisar os impactos de grupos terapêuticos psicanalíticos para adolescentes expostos a violência que residem no distrito norte do município de Campinas/SP

MÉTODOS: A pesquisa apresentada tem caráter qualitativo e descritivo, essa metodologia tem como características a imersão do pesquisador no contexto a ser estudado, apresentar uma perspectiva interpretativa de condução de pesquisa e descrever detalhadamente os fenômenos estudados (Minayo, 1989). De acordo com as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS, será submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) anteriormente à coleta de dados. Aos participantes da pesquisa, será disposto o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

RESULTADOS: Os resultados esperados desta pesquisa têm como finalidade contribuir no cuidado em saúde mental da população alvo, ampliar os estudos de saúde mental, saúde coletiva e psicanalítico breve. A pesquisa tem expectativas de que os resultados possam aprimorar esse dispositivo de cuidado, levando em consideração pontos positivos e negativos.



PALAVRA-CHAVE: violência; adolescentes; psicanálise



ÁREA: Saúde Coletiva

NÍVEL: Mestrado



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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