Farmacologia celebra 30 anos de sede própria com homenagens e inauguração de Biotério

O Departamento de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp comemorou na terça-feira (22) seus 52 anos de existência e 30 anos de sede própria. Durante o evento, ocorrido no anfiteatro Paulistão, aconteceram também a homenagem a funcionários e docentes aposentados que contribuíram para o crescimento do Departamento e a inauguração de seu novo Biotério.

“Queremos render homenagem àqueles que se dedicaram à farmacologia e que, com tanto zelo, construíram a história do Departamento. O novo Biotério é um sonho que começou há 15 anos e que hoje se torna real”, revelou Gabriel Forato Anhê, chefe do Departamento de Farmacologia durante a sua fala de boas-vindas.

Stephen Hyslop, chefe do Departamento de Farmacologia nas gestões de 2005 a 2007, 2007 a 2008 e 2012 a 2014, resgatou a história do Departamento desde a defesa da primeira tese de doutorado, por Maurício Gomes Lomba, até a vinda do professor Oswaldo Vital Brazil, em 1964, para trabalhar na Unicamp, a pedido de Zeferino Vaz, quando o Departamento foi criado.

“Vital Brazil achava que a farmacologia devia ser na Medicina, a partir do terceiro ano. E ele tinha razão. Ao longo dos anos, o Departamento cresceu e tem contribuído para o desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão da faculdade, além de interagir com outras áreas e Departamentos”, disse Stephen.

O diretor da FCM, Ivan Felizardo Contrera Toro, disse que se hoje a faculdade está na liderança do processo de ensino na área médica do país, além de ser uma das mais produtivas em pesquisas de ponta e na divulgação de ciência, é porque a instituição conta com o Departamento de Farmacologia, que por meio de seus docentes e funcionários, dedicam-se, continuamente, em melhorar seu papel dentro da Universidade.

“A participação do Departamento de Farmacologia nas discussões hospitalares do Hospital Estadual do Sumaré preenche uma lacuna na formação dos alunos e tem aprovação unânime dos estudantes. Esse é um dos exemplos da atuação do Departamento e que nos enche de orgulho”, disse Toro.

Durante a primeira parte das comemorações, funcionários e docentes aposentados do Departamento foram homenageados. Entre os funcionários homenageados estavam Adilson José dos Santos, Gildo Bernardo Leite, Maria Rita de Lima, Maria das Dores M. Ponciano, Nadim Farah H. Sobrinho e Solange Ap. dos Santos Basso.

Os docentes e chefes de Departamento homenageados foram Albetiza Lobo de Araujo, que foi chefe do Departamento na gestão de 1997 a 1999 e de 2001 a 2005; Gun Brigitta B. Mendes, chefe do Departamento na gestão de 1985 a 1987; Julia Prado Franceschi, chefe do Departamento de 1989 a 1991 e Lea Rodrigues Simioni, chefe do Departamento de 1983 a 1987.

Novo Biotério

Léa Rodrigues Simioni, docente aposentada do Departamento de Farmacologia da FCM e chefe do Departamento na gestão de 1983 a 1987, lembrou-se das primeiras instalação do Departamento de Farmacologia. A primeira foi numa ala inacabada da atual maternidade de Campinas. Depois, o Departamento mudou-se para o primeiro prédio da Unicamp, onde funciona o DGA. Em seguida, para a parte dos fundos do Departamento de Histologia do Instituto de Biologia e para o barracão do Núcleo de Medicina e Cirurgia Experimental.

“Sempre tínhamos um pequeno Biotério, pois Vital Brazil costumava manter cascavéis para extração periódica de veneno para seus experimentos”, lembrou Léa.

O novo Biotério do Departamento de Farmacologia ocupa o mesmo espaço de 200 metros quadrados no primeiro andar do Departamento. O investimento foi de aproximadamente R$ 600 mil, entre reforma e aquisição de equipamentos de última geração, com recursos de reserva técnica via FAPESP.

Maria Luiza Moretti, coordenadora da Comissão de Pesquisa da FCM, disse que o trabalho da reforma do Biotério teve intensa participação e dedicação da Comissão de Pesquisa e área de Projetos e Arquitetura da FCM.

“Eu tenho um carinho pela farmacologia que vem desde a época da minha graduação. Ficamos sensibilizados em aprovar e executar a reforma do Biotério. É importante que os alunos aprendam as noções básicas da farmacologia e levem isso para a vida toda”, disse Maria Luiza Moretti, coordenadora da Comissão de Pesquisa da FCM.

De acordo com Gabriel Anhê, a reforma coloca o Biotério dentro das normas do Concea e o impacto será positivo para os quase 40 alunos de pós-graduação e iniciação científica que circulam e usam o biotério diariamente. “Vamos reduzir custos, prazos e produzir experimentos fidedignos. Isso será bom para todos”, disse Anhê, que destacou que a contribuição de todos os funcionários do MSA foi crucial para a boa execução do projeto.

Miguel Borges da Silva, funcionário há 33 anos do Biotério, disse que durante muito tempo duvidou que a reforma sairia do papel. Só acreditou quando começaram a quebrar as paredes. Ao entrar no novo espaço pela primeira vez, a cor da entrada já lhe agradou: verde. Mas a emoção não parou por aí. Ao descerrar o quadro de inauguração, viu que o Biotério levava seu nome.

“Me disseram que iam colocar uma plaquinha, mas por isso eu não esperava. Não vou esquecer nunca, ainda mais que a inauguração é no mês que o Palmeiras será campeão”, disse Miguel, empolgado.