Qualificações e Defesas - Detalhes

INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA E LASER VAGINAL: REVISÃO NARRATIVA E ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARATIVO AO TREINAMENTO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO

Candidato(a): Samantha Condé Rocha Rangel
Orientador(a): Luiz Gustavo Oliveira Brito


Coorientador(a): Cassia Raquel Teatin Juliato
Apresentação de Defesa
Curso: Doutorado em Tocoginecologia
Local: Anfiteatro da Pós-graduação
Data: 06/05/2024 - 08:30 hrs
Banca avaliadora
Titulares
Luiz Gustavo Oliveira Brito - Presidente
Adriana Orcesi Pedro Campana - Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher - UNICAMP
Jorge Milhem Haddad - USP - Universidade de São Paulo
Luiz Francisco Cintra Baccaro
Marilene Vale de Castro Monteiro - Universidade Federal de Minas Gerais
Suplentes
Arlete Maria Dos Santos Fernandes
Elizabeth Alves Gonçalves Ferreira - Faculdade de Medicina da USP
Rose Luce Gomes do Amaral - Universidade Estadual de Campinas
Zsuzsanna Ilona Katalin de Jármy Di Bella - UNIFESP

Resumo


Introdução: O tratamento cirúrgico com sling de uretra média é considerado o padrão-ouro para a Incontinência Urinária de Esforço (IUE), no entanto, é necessária a oferta de tratamentos não invasivos para mulheres com esta condição. Objetivo: Revisar a literatura sobre o laser vaginal na IUE e comparar a eficácia e a segurança do laser fracionado de CO2 versus o treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP) em mulheres com IUE. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa sobre IUE e laser vaginal (artigo 1), um ensaio clínico randomizado (artigos 3 e 4) e seu protocolo de estudo (artigo 2) sobre o efeito do laser fracionado de CO2 versus TMAP em mulheres com IUE. No ensaio clínico randomizado, não cego e de não inferioridade, 94 mulheres com IUE foram randomizadas em dois grupos: grupo laser de CO2 (n=47) e grupo TMAP (n=47). No grupo laser de CO2 (Monalisa, DEKA), as participantes receberam três sessões de laser com intervalo de um mês entre as sessões, e no grupo TMAP, 12 sessões de TMAP, duas vezes por semana. No desfecho primário, a diferença média nos escores do Questionário Internacional de Incontinência - Incontinência Urinária - Formulário Curto (ICIQ-SF) entre os grupos laser de CO2 e TMAP foi avaliada em três, seis e 12 meses de acompanhamento. E como desfechos secundários, os sintomas do assoalho pélvico foram avaliados através do Questionário de Impacto do Assoalho Pélvico (PFIQ-7), a função sexual através do Índice de Função Sexual Feminina (FSFI) e a melhora da IUE após as intervenções através da Impressão Global do Paciente da Melhoria (PGI-I). Uma análise de diferença média com intervalo de confiança (IC) a 95 foi usada para identificar a margem de não-inferioridade. A não-inferioridade foi considerada se o limite inferior do IC a 95 não a ultrapassasse. Análises por protocolo (PP) e por intenção de tratar (ITT), com um nível de significância de 5 (p<0,05) foram consideradas. Resultados: Na revisão narrativa, uma história clínica detalhada, exame físico minucioso e exames complementares são essenciais na avaliação da IUE. Além disso, os três tipos de laser (laser de CO2, laser Yag e laser de Erbium) têm um mecanismo de ação semelhante no tratamento de mulheres com IUE. O protocolo do estudo detalhou a metodologia e o cronograma para a realização do ensaio clínico randomizado. Por fim, no ensaio clínico randomizado de não inferioridade, foram encontradas diferenças significativas nos escores totais do ICIQ-UI-SF em ambos os grupos após três, seis e 12 meses de acompanhamento. O TMAP melhorou o domínio desejo do FSFI entre a linha de base e 3-6 meses, enquanto o laser CO2 melhorou o orgasmo FSFI, dor e escore total após três meses e o orgasmo FSFI e escore total após 6 meses. No entanto, não houve diferença entre os grupos na função sexual após 12 meses de acompanhamento. Considerando uma margem de não inferioridade de -4, o laser de CO2 foi não inferior ao TMAP na melhoria do escore total do ICIQ-UI-SF após três, seis e 12 meses de acompanhamento nas análises por protocolo e intenção de tratar. Conclusão: A revisão narrativa discutiu o mecanismo de ação do laser e suas ações no epitélio vaginal anterior. O protocolo do estudo delineou as ações tomadas para o ensaio clínico randomizado, que demonstrou que o laser de CO2 foi não inferior ao TMAP para o tratamento da IUE após três, seis e 12 meses de acompanhamento. Assim, é possível sugerir que a terapia a laser possa integrar o arsenal de tratamento não cirúrgico para a IUE feminina.