Dia da Avaliação: Ideias em Aprendizagem Médica

Enviado por Camila Delmondes em Ter, 16/10/2018 - 11:43

“Uma das coisas mais complicadas da vida é perceber que o que a gente pensa de nós é diferente do que os outros pensam de nós, que é diferente do que a gente pensa que os outros pensam de nós e que, provavelmente, tudo isso é diferente do que a gente realmente é. Essas distâncias e diferenças atrapalham muito qualquer processo que precise de interação, sinergia e colaboração”, disse o médico Marcelo Schweller, responsável pela disciplina de Medicina de Emergência da FCM, durante o Dia de Avaliação do curso de Medicina da FCM.

Tomando como referências os guias da Associação Europeia de Educação Médica sobre Educação de Adultos e teorias da Carga Cognitiva, Autodeterminação e Motivação, Schweller disse que em um processo de avaliação de aprendizagem é importante que alunos e professores tenham consciência de que “ser médico não é garantia de ser bom professor” e que, portanto, “é preciso estar preparado”.

“No processo de ensino-aprendizagem pode ser que, algumas vezes, o professor veja o aluno como alguém desinteressado, desmotivado ou apagado, mas é possível que, ao mesmo tempo, esse mesmo aluno esteja se sentido sobrecarregado, lutando para dar conta de tudo. Por outro lado, pode ser que o aluno veja o professor como alguém atrasado, desatualizado, sem nenhum tipo de apelo no ensino, mas talvez esse professor também se sinta sobrecarregado, lutando para dar conta de tudo”.

Dentre as contribuições das teorias apresentadas por Schweller que podem contribuir com o ensino-aprendizagem está o desenvolvimento de ações que possam desenvolver nos estudantes, os sensos de autonomia, competência e vínculo com a instituição. “Dentre as ideias que podem ajudar nesse processo, uma que acredito muito é a realização de atividades práticas para discutir temas teóricos. Nossa experiência é a de que essa ação enriquece muito o aprendizado”, afirmou.

Saber o nome dos alunos, incorporar na fala do docente as ideias trazidas pelos próprios estudantes e ter coerência entre aquilo que se fala, faz, cobra e oferta são outras ações apresentadas pelo docente da FCM e que podem contribuir nos processos de ensino-aprendizagem. “A proposta é a de que não trabalhemos com distâncias, mas proximidades”, disse Schweller sobre a relação professor-aluno.