Dia da Avaliação: O quê, quem, como e por quê avaliar?

Enviado por Camila Delmondes em Ter, 16/10/2018 - 11:43

No Dia da Avaliação do curso de Medicina da FCM, a professora do Departamento de Pediatria da FCM, Angélica Maria Bicudo – referência em pesquisa no campo do Ensino Médico – falou sobre os diferentes critérios e métodos de abordagem envolvidos nos processos de avaliação do ensino-aprendizagem.

“Temos a Avaliação Diagnóstica, que identifica conhecimentos prévios dos alunos e é realizada antes de iniciar qualquer processo de aprendizagem, a Avaliação Formativa que verifica o desempenho do aluno durante a realização do curso e serve para orientar o aprendizado e a Avaliação Somativa verifica o resultado do aprendizado e é utilizada para a progressão do aluno”, explicou a especialista.

Angélica também falou sobre a importância do feedback, afirmando que “Avaliação sem feedback não tem aprendizado”. Nesse sentido, destacou dois objetivos fundamentais aos processos de avaliação: fazer diagnóstico e gerar aprendizado. “O feedback é fundamental porque orienta o aluno, no sentido de entender a sua nota, por exemplo, e saber onde ele pode melhorar”.

A pesquisadora da FCM também apresentou os conceitos relacionados na chamada “Pirâmide de Miller”, proposta pelo pesquisador norte-americano George Miller, em 1990, e que estabelece um modelo hierárquico, em quatro níveis, para avaliação da competência clínica. “Nos primeiros níveis temos o enfoque nas ferramentas que avaliam o aspecto cognitivo como o “Saber” e o “Saber como Fazer”, já nos níveis superiores as ferramentas avaliam a ação, as habilidades práticas, com o “Mostrar como Fazer” e o “Fazer””.

Para cada um dos níveis da pirâmide, Angélica explicou que Miller sugere uma série de instrumentos de avaliação como a realização de provas de múltipla escolha, a aplicação de questões dissertativas, entrevistas orais, respostas curtas, estudos de caso, simulações, observações diretas com check-lists, documentos estruturados, auto-avaliações e avaliações por pares, dentre outras.

Para Angélica, as questões sobre a avaliação do ensino-aprendizagem devem ser alvo de reflexão nas instituições e que não pode ser tratadas de qualquer maneira. É necessário, portanto, criar uma Cultura de Avaliação. “A escolha do método depende dos objetivos que se pretende atingir. Os resultados das avaliações ajudam na tomada de decisões estratégicas. Quem não avalia não faz diagnóstico”, afirmou.