O tecido adiposo marrom (BAT) é amplamente conhecido por seu papel importante e primordial na proteção do corpo contra a hipotermia. Devido à presença da proteína desacopladora 1 (UCP1) nas mitocôndrias dos adipócitos marrons, esse tecido é capaz de produzir calor por meio do processo da termogênese adaptativa. Recentemente, demonstrou-se que esse processo aumenta o gasto energético, relacionando a ativação do BAT a possíveis estratégias de tratamento e prevenção da obesidade. Diversos fatores têm sido associados à ativação do BAT, incluindo a exposição ao frio, componentes alimentares e nutrientes, além de agentes farmacológicos. Uma vez que os receptores β3-adrenérgicos presentes na membrana dos adipócitos marrons são ativados, ocorre a lipólise intracelular, a captação de metabólitos circulantes e a expressão de genes termogênicos. Como o BAT absorve de forma eficiente metabólitos circulantes, como ácidos graxos, glicose e aminoácidos, ele é frequentemente descrito como um ralo metabólico. Consequentemente, o BAT tem sido positivamente associado à saúde metabólica como um todo. No entanto, até o momento, nenhum fator demonstrou ser seguro, acessível e economicamente viável para ativar o BAT na prática clínica. Outras estratégias para aumentar a atividade do BAT, ou para promover o browning, o processo no qual os adipócitos brancos se transdiferenciam em adipócitos bege, têm sido estudadas, incluindo mecanismos independentes da UCP1. Esses mecanismos envolvem o ciclo da creatina, o influxo de cálcio e o complexo PRDM16 (PR/SET domain 16), e a enzima PM20D1 (peptidase M20 domain containing 1) e os N-acil aminoácidos. A PM20D1 é uma enzima circulante, secretada por adipócitos marrons, responsável por catalisar a condensação de ácidos graxos e aminoácidos para produzir N-acil aminoácidos. Nos adipócitos marrons, esses N-acil aminoácidos atuam como desacopladores mitocondriais de forma independente da UCP1. Em um estudo recente, mostramos que modelos animais com melhor saúde metabólica, como níveis mais baixos de leptina, melhor homeostase glicêmica e maior capacidade termogênica, também apresentavam maior expressão de Pm20d1 no BAT. Portanto, o objetivo deste projeto foi investigar o efeito da enzima PM20D1 no metabolismo e na termogênese em camundongos e humanos.