O presente estudo comparou a eficácia de dois modelos de intervenção para pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) — treinamento parental baseado no modelo Behavioral Skills Training (BST) e psicoeducação — no contexto do Programa de Atenção ao TEA (PRATEA) da UNICAMP. A pesquisa envolveu 20 famílias, cujos filhos, com idades entre 2 e 6 anos, foram diagnosticados com TEA nos níveis de suporte 1, 2 ou 3. Foram utilizados dois protocolos de avaliação: o Perfil Psicoeducacional Revisado (PEP-R) e o Socially Savvy Checklist, além de um questionário de satisfação aplicado aos pais. Os resultados indicaram que o treinamento BST foi mais eficaz na promoção de habilidades sociais específicas, com aumento médio de 30 nas pontuações do protocolo Socially Savvy, em comparação a 14,3 na psicoeducação (p = 0,0342). No entanto, ambos os modelos de intervenção apresentaram impactos semelhantes no desenvolvimento geral das crianças avaliadas pelo PEP-R, sem diferenças estatisticamente significativas (p = 0,38). Além disso, os pais participantes do treinamento BST relataram maior satisfação com a intervenção, apontando unanimidade em aspectos como qualidade do ensino e percepção de melhora no comportamento dos filhos. A pesquisa destaca a importância de intervenções baseadas em evidências para o manejo do TEA e reforça a relevância do Sistema Único de Saúde (SUS) na implementação de programas sistemáticos que promovam a inclusão social e o suporte às famílias. Estudos futuros com amostras maiores e avaliação longitudinal são recomendados para confirmar os benefícios observados e explorar a manutenção dos ganhos a longo prazo.