Introdução: A esclerose sistêmica (EsS) causa uma resposta inflamatória intensa, levando a danos microvasculares, espessamento da pele e fibrose dos órgãos internos. Uma possível complicação das doenças crônicas é a sarcopenia, que é uma insuficiência muscular associada à forma mais agressiva da EsS. As principais causas da sarcopenia são desnutrição, inflamação crônica, idade avançada e inatividade física. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de rastreamento positivo para sarcopenia em pacientes com EsS, em acompanhamento ambulatorial, por meio da aplicação do questionário SARC-F, seguido de testes físicos, e investigar a associação entre o rastreamento positivo e as características clínicas. Métodos: Pacientes com idade superior a 18 anos diagnosticados com EsS foram incluídos. Pacientes com uso crônico de corticosteroides ou síndromes sobrepostas foram excluídos. Dados antropométricos e clínicos foram coletados, e o questionário SARC-F foi utilizado. Posteriormente, todos os pacientes selecionados foram submetidos a testes físicos: força de preensão manual, teste de levantar da cadeira, circunferência da panturrilha e teste de velocidade de caminhada de 4 metros. Resultados: Foram coletados dados de 56 pacientes: 32 tinham esclerodermia difusa, 19 tinham esclerodermia limitada e 5 tinham esclerodermia sine. Pacientes com doença pulmonar intersticial apresentaram mais resultados positivos no rastreamento de sarcopenia. Um SARC-F positivo também foi significativamente correlacionado com menor força de preensão manual, maior comprometimento no teste de levantar da cadeira e maior tempo para realizar o teste de caminhada, como esperado, mas não com a quantificação muscular por meio da circunferência da panturrilha. Conclusão: O questionário SARC-F, seguido de testes físicos que avaliam força e massa muscular para rastreamento de sarcopenia, não foi um método diagnóstico preciso para pacientes com EsS em nossa série.