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INFLUÊNCIA DE VARIANTES NO GENE PDCD1, RELACIONADO À RESPOSTA IMUNE, NO RISCO E PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE LARINGE: ANÁLISE OBSERVACIONAL


Candidato(a): Matheus Yung Perin
Orientador(a): Carmen Silvia Passos Lima

Apresentação de Defesa

Curso: Oncologia
Local: Sala Amarela - Pós-Graduação
Data: 21/07/2025 - 08:30
Banca avaliadora
Titulares
Carmen Silvia Passos Lima
Ericka Francislaine Dias Costa
Luciana Marques da Silva
Suplentes
Carlos Takahiro Chone
Gustavo Jacob Lourenço

Resumo



Introdução: O carcinoma de células escamosas de laringe (CCEL) é uma neoplasia maligna comum do trato aerodigestivo superior, fortemente associada ao tabagismo e ao consumo de álcool. Já é bem conhecido que o desenvolvimento e a progressão tumoral dependem da evasão imune. A via PD-1/PD-L1 é um dos principais mecanismos de evasão imunológica. O gene PDCD1 codifica o PD-1 e é um gene polimórfico. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência das variantes únicas (SNVs) PD1.1 (c.-606G>A), PD1 (c.627+252C>T), PD1.5 (c.804C>T) e PD1.9 (c.644C>T) do gene PDCD1 sobre o risco, aspectos clínico-patológicos e sobrevida de pacientes com CCEL. Pacientes e Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo incluindo 284 pacientes com CCEL e 296 controles saudáveis (doadores de sangue), atendidos no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Os dados clínicos e anatomopatológicos foram coletados dos prontuários médicos pelo pesquisador principal. Os genótipos das variantes do gene PDCD1 foram identificados por PCR em tempo real com sondas TaqMan®. As análises estatísticas incluíram testes do qui-quadrado e regressão logística para avaliação do risco de CCEL. A análise de Bonferroni foi utilizada na comparação de múltiplas variáveis. Curvas de Kaplan-Meier, teste de log-rank e análises de regressão de Cox univariada e múltipla foram usadas para avaliar o impacto dos aspectos clínico-patológicos e dos genótipos das SNVs na sobrevida global (SG) e na sobrevida livre de eventos (SLE). Resultados: Foram observadas frequências semelhantes de genótipos isolados e combinados das SNVs entre pacientes e controles. As frequências dos genótipos combinados GA ou AA + CT ou TT de PD1.1 + PD1.5 e CT ou TT + CT ou TT de PD1.5 + PD1.9 foram mais comuns em pacientes com tumor glótico do que em pacientes com tumores em outras localizações. O genótipo CC da SNV PD1 e o genótipo combinado CC + CC das SNVs PD1.5 + PD1 foram mais comuns em pacientes com tumores em estágio III ou IV do que em pacientes com tumores em estágio I ou II. Na análise multivariada de Cox, pacientes com IMC ≤ 24,9 kg/m², ECOG ≥ 1, tumores em estágio III/IV e que não foram submetidos à ressecção cirúrgica do tumor apresentaram, respectivamente, 1,81 (IC 95 : 1,25–2,62), 1,60 (IC 95 : 1,14–2,24), 1,93 (IC 95 : 1,24–3,00) e 1,80 (IC 95 : 1,20–2,71) vezes mais chances de evoluírem para óbito em comparação com os demais pacientes. Além disso, pacientes com o genótipo TT da SNV PD1.5 e com o genótipo combinado TT + CC das SNVs PD1.5 + PD1 apresentaram, respectivamente, 1,59 (IC 95 : 1,06–2,41) e 2,97 (IC 95 : 1,43–6,18) vezes mais chances de óbito em comparação com os demais. Conclusão: Nossos dados indicam que: As SNVs analisadas no gene PDCD1 não influenciam o risco de CCEL; PD1, PD1.5 e PD1.9 afetam a localização do CCEL; PD1 e PD1.5 influenciam a agressividade do CCEL; IMC, ECOG, estágio tumoral, ausência de ressecção cirúrgica do tumor, bem como as SNVs PD1 e PD1.5 são fatores prognósticos independentes para a SG de pacientes com CCEL.Esses achados reforçam a importância do estudo de biomarcadores herdados em oncologia, os quais podem contribuir para a estratificação de risco e para abordagens terapêuticas personalizadas.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
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