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REPERCUSSÕES DA INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA COM BASE NA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DA AMENORREIA E NA ETIOLOGIA: UM ESTUDO DE COORTE DE 300 MULHERES


Candidato(a): Ana Julia Rizzanti Pereira
Orientador(a): Cristina Laguna Benetti Pinto

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Anfiteatro CAISM
Data: 28/08/2025 - 13:00
Banca avaliadora
Titulares
Cristina Laguna Benetti Pinto
Luiz Francisco Cintra Baccaro
Gustavo Arantes Rosa Maciel
Suplentes
Rosana Maria dos Reis
Adriana Orcesi Pedro Campana

Resumo



Introdução: Insuficiência ovariana prematura (IOP) é caracterizada por perda da função ovariana antes dos 40 anos. Com etiologia variável, categorizada em causas genéticas, autoimunes, iatrogênicas e consequentes a infecções e fatores ambientais, muitas vezes mantem-se como idiopática. Por tratar-se de uma condição heterogênea, muitos aspectos ainda não são bem estudados.

Objetivo: Avaliar a relação entre a etiologia e as manifestações clínicas e algumas repercussões a longo prazo na IOP.

Materiais e métodos: Estudo de coorte retrospectiva realizado no Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, com inclusão de mulheres com diagnóstico de IOP Foram analisadas variáveis de caracterização da amostra, manifestação clínica como amenorreia primária ou secundária e variáveis associadas à comorbidades, a fatores de risco cardiovascular e a massa óssea. Também foram avaliados tempo de insuficiência gonadal e aceitação e aderência ao tratamento hormonal. Estes dados foram analisados comparativamente de acordo com a etiologia e o tipo de amenorreia. As variáveis categóricas foram descritas com valores de frequência absoluta (n) e percentual ( ), e as variáveis numéricas, com valores de média, desvio padrão, valores mínimo e máximo, mediana. Foi realizada análise estatística para variáveis categóricas e numéricas através dos testes Qui-Quadrado ou exato de Fisher (para valores esperados menores que 5), e Mann-Whitney (2 categorias) e o teste de Kruskal-Wallis (3 ou mais categorias), respectivamente. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de P<0.05

Resultados: Foram incluídas 300 mulheres com IOP. A etiologia mais prevalente foi a genética, seguida por iatrogênica e autoimune, enquanto 44 se mantiveram como idiopática. No diagnóstico, cerca de 60 apresentavam DMO abaixo do normal. Quanto à manifestação, 81,67 e 18,33 apresentaram respectivamente amenorreia secundária e primária. A terapia hormonal (TH) foi utilizada por 82 das mulheres, com maior aderência entre aquelas com amenorreia primaria. Na presença de amenorreia primária, a etiologia mais prevalente foi a genética e houve maior frequência e gravidade no comprometimento ósseo, (p<0,001). Entre as com amenorreia secundária, insuficiência iatrogênica e autoimune foram mais prevalentes. O comprometimento da DMO foi mais frequente na amenorreia primária (13 com DMO normal), em comparação a amenorreia secundária (47 com DMO normal, p<0,001), além de maior comprometimento associado a causas genéticas (apenas 18 normal) e autoimunes, e menor comprometimento nos casos de IOP iatrogênica e idiopática (p<0,001). Embora frequentes, a presença de comorbidades como hipertensão (11,67 das mulheres), diabetes mellitus tipo 2 (7,69 ), fatores metabólicos de risco cardiovascular como dislipidemia (presente em 50,59 das mulheres), síndrome metabólica (18,86 ) e obesidade (em 25,60 ), não diferiu quanto à etiologia ou manifestação de amenorreia primária ou secundária, apenas a presença de hipotireoidismo (15.33 ) foi mais presente nas mulheres com etiologia genética e autoimune (22,22 e 55,56 , respectivamente – p<0,001)

Conclusão: Mulheres com IOP de etiologia genética e autoimune tem maior comprometimento ósseo do que nas demais etiologias, assim como a presença de hipotiroidismo. A presença das demais comorbidades ou de fatores de risco cardiovascular não diferiu de acordo com a etiologia

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Universidade Estadual de Campinas

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