Qualificações e defesas - Detalhes


Estudo comparativo de venenos de Colubrídeos Colombianos e caracterização de toxinas do veneno de Leptodeira ornata (Dipsadidae, Imantodini)


Candidato(a): Kristian Alberto Torres Bonilla
Orientador(a): Stephen Hyslop

Apresentação de Defesa

Curso: Farmacologia
Local: Anfiteatro Departamento de Farmacologia - FCM, Unicamp
Data: 15/12/2025 - 14:00
Banca avaliadora
Titulares
Stephen Hyslop
Maria Elisa Peichoto
Carlos Delfin Chávez-Olórtegui
Jessica Paola Rey Suárez
Wuelton Marcelo Monteiro
Suplentes
Guilherme Rabelo Coelho
Jose Luiz Da Costa
Clara Guerra Duarte

Resumo



Pesquisas toxinológicas recentes sobre serpentes colubrídeas não-proteróglifas da Colômbia (Dipsadidae) revelaram uma notável diversidade bioquímica e o predomínio de metaloproteinases em seus venenos. As análises proteômicas e histológicas de Leptodeira ornata, Pseudoboa neuwiedii, Erythrolamprus bizona e Erythrolamprus melanotus mostraram que essas espécies compartilham uma organização glandular conservada — uma glândula de Duvernoy serosa acompanhada por uma glândula supralabial mucosa — e venenos dominados por metaloproteinases de veneno de serpente (SVMPs) e metaloproteinases de matriz (svMMPs). As análises proteômicas “shotgun” e baseadas em gel também identificaram proteínas ricas em cisteína (CRiSPs), lectinas do tipo C (CTLs) e pequenas quantidades de fosfolipases A₂ (PLA₂-IIE) ou B. Funcionalmente, todos os venenos apresentaram intensa atividade proteolítica e fibrinogenolítica, degradando seletivamente a cadeia α do fibrinogênio, mas sem atividades de serinoprotease, esterase ou L-aminoácido-oxidase. As toxinas purificadas de L. ornata (Leptoxina 1–3 e LeptoCRiSP-1) provocaram efeitos hemorrágicos e miotóxicos in vivo, corroborando as manifestações clínicas locais observadas em acidentes por espécies afins. As comparações proteômicas indicam ainda uma conservação geográfica e intergenérica do fenótipo rico em metaloproteinases entre os dipsadídeos colombianos, sugerindo uma estratégia adaptativa comum para subjugar presas vertebradas. Em conjunto, esses estudos oferecem a primeira visão abrangente da diversidade bioquímica e histológica dos venenos de Dipsadidae na Colômbia, destacando seu valor biomédico e evolutivo.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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