Objetivos: Analisar a efetividade da fotobiomodulação (FBM) na intensidade da dor em traumas perineais no pós-parto imediato; mapear as intervenções não farmacológicas (INF) estudadas para o manejo de trauma perineal relacionado ao parto ao longo dos anos; e desenvolver cartilha para profissionais de saúde sobre a utilização da terapia por FBM no puerpério. Método: Foram realizados: 1) Revisão de escopo por meio de busca sistemática nas bases de dados PubMed, BVS/Bireme, CINAHL, Embase, Scielo, ProQuest, ProQuest Theses, Medline, Web of Science e Scopus, com inclusão de publicações com população de puérperas com trauma perineal, o conceito de INF e o contexto de período pós-parto imediato. 2) Ensaio clínico randomizado, controlado, duplo-cego e multicêntrico. Sessenta puérperas com trauma perineal foram alocadas em grupos experimental (uma aplicação de FBM entre 6 e 36 horas após o parto) ou sham (simulação). A intensidade da dor foi avaliada por meio da Escala Numérica de Dor (END) e do Questionário de Dor McGill – versão curta. A cicatrização foi avaliada por meio da escala REEDA (Redness, Edema, Ecchymosis, Discharge e Approximation). 3) A elaboração de cartilha seguiu os seguintes passos: definição da população-alvo, levantamento bibliográfico, redação, elaboração de elementos estéticos e ilustrações, revisão e finalização, além de indexação e registro. Resultados: 1) A revisão de escopo incluiu 41 publicações, sendo a INF mais frequente a crioterapia (22 estudos, 53,65 ). Outras INF identificadas foram termoterapia, terapia eletromagnética, FBM, ultrassom terapêutico, estimulação elétrica nervosa transcutânea, exercícios musculares do assoalho pélvico e medicina complementar e alternativa. As primeiras publicações datam de 1989. 2) No ECR, a média de idade foi de 25,57 anos (DP = 5,08), 71,67 sendo primigestas, 94,64 teve lacerações de segundo grau e 55 utilizou analgésicos farmacológicos no pós-parto. Após 30 minutos da intervenção, não houve diferenças significativas entre os grupos experimental e sham nas médias de END (3,63 [DP = 2,57] vs. 2,53 [DP = 2,15]; p = 0,089), SF-MPQ (7,83 [DP = 8,32] vs. 5,10 [DP = 6,42]; p = 0,108) e REEDA (5,57 [DP = 3,05] vs. 4,47 [DP = 2,42]; p = 0,175). A maioria dos participantes (84,09 ) relatou estar muito satisfeita ou satisfeita com a intervenção.3) A cartilha sobre a utilização da FBM em algumas complicações do puerpério incluiu informações gerais sobre a terapia, orientações para sua utilização de forma segura, precauções e contraindicações, além de sugestões de parâmetros baseados nas evidências científicas mais atualizadas sobre o tema. Conclusão: Há cerca de 15 anos, o interesse em INF para o manejo de traumas perineais tem crescido, com a crioterapia sendo a mais estudada. Recentemente, a terapia com FBM também tem sido investigada. No entanto, em nosso estudo, uma única aplicação não apresentou efeitos significativos no alívio da dor nem na melhora da cicatrização, embora as mulheres tenham se mostrado satisfeitas com a intervenção. A FBM ainda precisa de mais estudos para definir a dose ideal para traumas perineais, e sua utilização na prática clínica exige orientação adequada, o que buscamos fornecer por meio de uma cartilha para profissionais de saúde.
