Qualificações e defesas - Detalhes


Avaliação do efeito da hipóxia sobre a ativação de vias relacionadas ao controle do envelhecimento em neurônios proopiomelanocortina do hipotálamo


Candidato(a): Carolina Namie Sato Cortezão
Orientador(a): Licio Augusto Velloso

Apresentação de Defesa

Curso: Fisiopatologia Médica
Local: Anfiteatro OCRC - R. Carl Von Linaeus, S/N - bloco z - Cidade Universitária, Campinas - SP, 13083-864
Data: 21/01/2026 - 14:00
Banca avaliadora
Titulares
Licio Augusto Velloso
Ana Paula Couto Davel
Josiane Fernandes da Silva
Suplentes
Natália Ferreira Mendes
Carlos Henrique Grossi Sponton

Resumo



Neurônios proopiomelanocortina (POMC) do hipotálamo são importantes componentes de um circuito neural que regula o envelhecimento. Estudos pregressos demonstraram que a atividade do fator de transcrição inflamatório, NFkB, em neurônios POMC do hipotálamo, ativam vias sistêmicas que aceleram o processo de envelhecimento. Nos estudos que caracterizaram tal fenômeno foram utilizadas intervenções genéticas para ativar ou inativar o NFkB; foi também utilizada uma intervenção dietética, com aumento do consumo de ácidos graxos, como medida para ativar a sinalização inflamatória no hipotálamo. Durante o envelhecimento, há uma progressiva redução do fluxo sanguíneo cerebral, resultando num declínio da oxigenação neuronal e consequentemente, aumento do fator induzível hipóxia 1-alfa (Hif1α). Entretanto, não se sabe se a exposição a um ambiente de hipóxia pode contribuir para acelerar o processo de envelhecimento. Neste projeto exploratório estamos utilizando uma linhagem celular de neurônios POMC para avaliar o impacto da exposição à hipóxia sobre a ativação do NFkB e de outros componentes da via celular que regula o envelhecimento. Para validar o modelo de hipóxia em neurônios POMC, foi analisado o gene Hif1α, mas não houve alterações significativas em diferentes tempos de exposição à hipóxia. Análises bioinformáticas mostraram baixa expressão desses genes em neurônios POMC. Foram então avaliadas as expressões de genes relacionados à dinâmica e estresse mitocondrial, genes inflamatórios e clivagem de POMC. A indução a hipóxia aguda (45 min) foi capaz de causar danos celulares que não podem ser revertidos após as células voltarem a condições basais . Após 24 e 48 horas, observaram-se alterações em genes da dinâmica mitocondrial, enquanto os genes de estresse mitocondrial permaneceram inalterados. Além das alterações na expressão gênica, também foi observada uma diminuição nos níveis de β-endorfina após a exposição à hipóxia aguda seguida de 2 horas em condições basais. Esse achado sugere que a redução de Prcp, responsável pelo processamento da proopiomelanocortina, impactou diretamente a geração desse peptídeo derivado. A via inflamatória do NFκB apresentou ativação inicial após 45 minutos de hipóxia, com aumento de p-IκBα e IκBα total, mas sem alterações em IKKα/β. Ensaios de viabilidade celular (MTT) revelaram aumento significativo da atividade metabólica após 24 horas de hipóxia, mas sem diferenças em 45 minutos e 48 horas. Esses achados sugerem que a hipóxia contribui para a disfunção neuronal de POMC e pode representar um mecanismo-chave no envelhecimento hipotalâmico.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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