Qualificações e defesas - Detalhes


Análise dos fatores prognósticos de pacientes portadores de carcinoma espinocelular de cavidade oral


Candidato(a): Gustavo Mercuri
Orientador(a): Carlos Takahiro Chone

Apresentação de Defesa

Curso: Ciências da Cirurgia
Local: Sala Amarela - Prédio da CPG/FCM
Data: 11/12/2025 - 14:00
Banca avaliadora
Titulares
Carlos Takahiro Chone
Priscila Costa Tincani
Erivelto Martinho Volpi
José Vicente Tagliarini
Ligia Traldi Macedo
Suplentes
Leandro Luongo de Matos
Carmen Silvia Passos Lima
Giulianno Molina de Melo

Resumo



Introdução: O carcinoma espinocelular da cavidade oral (CECO) é a principal neoplasia maligna da cavidade oral, acometendo os lábios, os dois terços anteriores da língua, o palato duro, a gengiva, a mucosa oral, os alvéolos dentários e o assoalho da cavidade oral. No Brasil, entre 2023 e 2025, foram notificados 15.100 novos casos desse tipo de câncer na cavidade oral, sendo o quinto mais incidente em homens, com 10.900 casos. Na região Sudeste do Brasil, é o quarto tumor mais frequente em homens, segundo dados do INCA. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar os fatores prognósticos associados à sobrevida e à recorrência em pacientes com carcinoma espinocelular da cavidade oral (CECO) tratados em São Paulo, Brasil. A investigação focou na avaliação da influência do estadiamento clínico, da modalidade de tratamento, da idade e do sexo na sobrevida global e na sobrevida livre de recorrência em uma grande coorte derivada de um registro público de câncer. Métodos: Foi realizado um estudo observacional retrospectivo unicêntrico com análise transversal e quantitativa, utilizando dados de 10.122 pacientes diagnosticados com carcinoma espinocelular oral (CECO) entre 2004 e 2014, obtidos do banco de dados da Fundação Oncocenter de São Paulo (FOSP). O desfecho primário foi a sobrevida global (SG), e os desfechos secundários incluíram sobrevida livre de recorrência (SLR), sobrevida livre de doença (SLD) e sobrevida livre de recorrência local (SLRL). Os fatores prognósticos foram avaliados por meio de modelos de riscos proporcionais de Cox univariados e multivariados. As curvas de Kaplan-Meier foram utilizadas para estimar a sobrevida, e as comparações foram realizadas utilizando o teste de log-rank. Resultados: O tempo mediano de seguimento foi de 24,5 meses (intervalo interquartil, não apresentado). A idade variou de 11 a 104 anos, com média de 60,2 ± 12,6 anos ao diagnóstico, e 78,3 eram do sexo masculino. A maioria dos pacientes (61,97 ) foi diagnosticada em estágio avançado (III–IV). Estágio avançado e tratamento não cirúrgico foram associados independentemente a pior sobrevida global (SG) (HR 4,253, IC 95 3,883–4,659; 2,546, IC 95 2,381–2,722, respectivamente). A taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 50,3 , com mediana de sobrevida de 4,84 anos (intervalo interquartil, não mostrado) após o diagnóstico. Pacientes idosos e do sexo masculino apresentaram maiores riscos de recorrência e mortalidade, enquanto doença em estágio inicial e tratamento cirúrgico foram associados a melhores desfechos. Conclusão: Estágio clínico avançado e tratamento não cirúrgico foram os fatores prognósticos independentes mais fortes para diminuição da sobrevida em carcinoma espinocelular oral. Esses achados ressaltam a importância da detecção precoce e do manejo cirúrgico, bem como a necessidade de estratégias de saúde pública para reduzir os atrasos no diagnóstico e tratamento no Brasil.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
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