Qualificações e defesas - Detalhes


Casa da Gestante Puérpera e Bebê: inovação no cuidado integrado a grávidas e puérperas com seus bebês no SUS de Campinas


Candidato(a): Paulo Vicente Bonilha Almeida
Orientador(a): Gastão Wagner de Sousa Campos

Apresentação de Defesa

Curso: Saúde Coletiva
Local: Auditório do Departamento de Saúde Coletiva- Professor Sérgio Arouca
Data: 05/12/2025 - 14:00
Banca avaliadora
Titulares
Gastão Wagner de Sousa Campos
Alzira de Oliveira Jorge
Janete Aparecida Giorgetti Valente
Sônia Isoyama Venâncio
Egberto Ribeiro Turato
Suplentes
Marcia Rocha Parisi
Sonia Lansky
Rubens Bedrikow

Resumo



A pesquisa analisa o funcionamento da Casa da Gestante Puérpera e Bebê (Casa) de Campinas- SP, inédita estrutura do SUS para acolhimento e cuidado integral de grávidas e puérperas em situação de vulnerabilidade psicossocial grave, com seus bebês, por até 18 meses. Trata-se de pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso, com entrevistas em profundidade e amostra intencional, composta por mulheres usuárias do serviço, trabalhadores e gestores da Casa e de serviços da rede de atenção à saúde que encaminham essas mulheres, bem como gestores das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) e Assistência Social (SMAS). Também foi realizada observação participante. A técnica de tratamento dos dados colhidos foi a da análise de conteúdo temática. Como resultados, trabalhadores e gestores apontam o serviço como alternativa eficaz à maciça retirada de recém-nascidos de mulheres-mães em situação de rua e/ou uso abusivo de álcool e outras drogas, já nas maternidades, como ocorre em muitas cidades brasileiras. A diminuição desse número, após a criação da Casa, vem como argumento neste sentido. Indicam avanços e limites no desafio da oferta de atenção integral à saúde para essa mulher-mãe e seu bebê, destacando o trabalho de resgate de sua autonomia e dignidade diante do histórico de vida de exclusão e sucessivas violências e cuja maternagem precisa ser apoiada por política pública, para evitar outra violência, da separação de seu bebê. Nesse cenário, mulheres, trabalhadores e gestores são unânimes em afirmar os avanços trazidos pela Casa da Gestante, sem deixar de citar problemas complexos que ainda limitam a missão desse serviço e dessa rede, como o fato da Casa não receber o companheiro da mulher e ainda inexistir uma proposta para cuidado da figura masculina. Também importante é a referência, por parte de gestores e das assistentes sociais das maternidades, ao contexto favorável em que nasce o serviço, de grande investimento da SMAS na criação de uma variedade de abrigos para acolhimento conjunto de mães e bebês, bem como da pactuação do poder público municipal com o poder judiciário e as maternidades, de um protocolo de alta responsável dos bebês dessas mulheres, valorizando o papel da família extensa para se corresponsabilizar pelos cuidados da mãe e da criança, antes de utilizar do recurso do encaminhamento para a Casa da Gestante. Devido à prevalência do problema, fica clara sua importância como serviço de referência para maternidades e a atenção primária à saúde, em especial o Consultório na Rua, pela garantia da continuidade do cuidado, inclusive com relatos de impactos positivos da Casa na saúde das mulheres-mães e de seus recém-nascidos, além do respeito aos direitos à maternagem e à convivência familiar e comunitária. Como conclusão, se espera que esse tipo de serviço se torne uma política pública do Ministério da Saúde.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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