Introdução: Em 2012 foi criada a Campanha Choosing Wisely, uma iniciativa internacional a fim de avançar o diálogo entre profissionais de saúde e pacientes sobre exames, intervenções e tratamentos comumente utilizados e que podem ser prejudiciais, além de melhorar a qualidade nos atendimentos. Na fisioterapia as recomendações da campanha Choosing Wisely são recentes, especialmente na área da saúde da mulher, o que motivou a Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM) e a equipe Choosing Wisely em Saúde da Mulher a desenvolverem a lista na área de assoalho pélvico. Objetivo: Desenvolver a lista de recomendações na área de assoalho pélvico, compondo as listas Choosing Wisely Brasil em Fisioterapia na Saúde da Mulher. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal proposto pela ABRAFISM, desenvolvido por pesquisadores atuantes na área de assoalho pélvico, realizado entre janeiro de 2022 a julho de 2023. A elaboração da lista constou de 6 etapas: painel de especialistas, construção do consenso, pesquisa nacional, revisão pela equipe do Choosing Wisely Brasil, confecção da lista e publicação das recomendações. Foram realizadas análises descritivas e de conteúdo, com intuito de incluir recomendações baseadas em evidências com concordância acima de 80 pelos fisioterapeutas do Brasil. Resultados: O Painel de especialistas foi composto por 25 fisioterapeutas que enviaram 63 recomendações. Sete fisioterapeutas/pesquisadores realizaram a análise crítica da literatura e refinamento das recomendações, resultando em 11 recomendações encaminhadas para votação nacional, na qual participaram 222 fisioterapeutas. Após revisão da equipe Choosing Wisely Brasil, resultou-se em cinco recomendações com concordância de 88.2 dos participantes. Conclusão: A equipe Choosing Wisely Brasil em Fisioterapia na Saúde da Mulher propôs cinco recomendações de condutas de baixo valor na abordagem fisioterapêutica das disfunções do assoalho pélvico, que apresentou alta concordância entre os fisioterapeutas brasileiros que atuam na área. O amplo reconhecimento das intervenções fisioterapêuticas que podem ser evitadas permitirá escolhas mais assertivas entre profissionais e pacientes na prática clínica.
