Antioxidante pode diminuir toxidade da quimioterapia, aponta estudo premiado
Publicado por: Camila Delmondes
03 de outubro de 2016

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“Altas doses de cisplatina, combinadas com radioterapia, são indicadas para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço em estágio avançado. O tratamento é muito eficaz, mas gera muitas toxicidades nos pacientes”, explica a estudante de pós-graduação Marília B. Visacri, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, premiada com menção honrosa durante o 76º Congresso Mundial em Farmácia e Ciências Farmacêuticas. O evento, realizado pela Federação Internacional de Farmacêuticos (FIP), aconteceu em Buenos Aires, mês passado.

No estudo intitulado “Could toxicities due to cisplatin be ameliorated with the use of N-acetylcysteine? A randomized double-blind placebo-controlled Trial”, Marília avaliou o efeito protetor do antioxidante acetilcisteína contra as toxicidades causadas pela cisplatina, em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), e foi orientada pela professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, Patrícia Moriel.

Ao todo, 12 pacientes participaram do estudo, e foram divididos em dois grupos principais. Os pacientes do primeiro grupo foram medicados com acetilcisteína (600 mg), via oral, uma vez ao dia, no período da noite, por sete dias consecutivos (dois dias antes da quimioterapia, no dia da quimioterapia, e quatro dias após a quimioterapia). Por sua vez, os participantes do segundo grupo receberam um placebo, nos mesmos dias e horários.

Resultados preliminares mostraram que 50% dos pacientes do grupo placebo evoluíram com nefrotoxicidade grau 1 (25%) e grau 3 (25%). Em comparação, nenhum indivíduo do grupo acetilcisteína teve nefrotoxicidade. Ainda, o grupo acetilcisteína teve menos ototoxicidade (grau 0 = 50%, grau 1 = 25% e grau 3= 25%), do que o grupo placebo (grau 0= 14,3%, grau 1= 14,13%, grau 2 = 42,8% e grau 3= 28,6%).

“A acetilcisteína parece ter um papel protetor importante na nefro e totoxicidade induzidas por cisplatina, mas o número de pacientes da pesquisa precisa aumentar para suportar esta hipótese. Atualmente, estamos com quase 50 pacientes finalizados, e em fase de término da pesquisa”, disse Marília.

O estudo teve como coautores, os pesquisadores: Júlia C. F. Quintanilha, Vanessa M. de Sousa, Gabriela G. De Vito, Rosiane F. L. Ambrósio, Luciane Calonga, Silvia F. B. B. Curi, Carlos T. Chone, Carmen S. P. Lima. Também colaboraram, a professora do Departamento de Clínica Médica da FCM, Carmen S. Passos Lima, e funcionários da administração e corpo clínico do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.



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