Plantio de cedro-rosa marca recebimento de primeiros alunos indígenas do curso de Medicina da Unicamp
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
24 de agosto de 2022

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Foi realizada na última sexta-feira (22), o plantio de uma muda de cedro-rosa (Cedrella fissilis) em canteiro localizado no estacionamento da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A muda foi plantada no local como marco da entrada dos dois acadêmicos indígenas no curso de Medicina da FCM, em função de seu caráter sagrado para os Guarani-Kaiowá. 

Breno José de Souza (da etnia Kariri) e Halley Cruz Pereira (Pira-tapuya) foram aprovados no Vestibular Indígena 2022. Os estudantes, que iniciarão a formação médica a partir de 2023, antecipam neste semestre, juntamente com a comunidade da FCM, as discussões sobre o percurso formativo, vislumbrando adaptações na dinâmica do curso para a melhor integração entre os diferentes saberes socioculturais.

Nelson Filice de Barros, coordenador do Laboratório de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas em Saúde (LAPACIS) da FCM, afirmou que o cedro-rosa representa a paz no território. “Essa planta serve para saudar a chegada de vocês na universidade. Junto com vocês essa árvore deve crescer e florescer, durante o período que passarem aqui. Eu agradeço a presença de todo mundo”, disse o docente, que foi o primeiro a contribuir no plantio. 

“O cedro-rosa é muito especial para nós. Que ele possa trazer paz para vocês nessa longa caminhada nos estudos; aos professores, aos alunos e à FCM em geral. Toda a vez que não estivermos bem, que possamos ter essa referência do cedro-rosa como espírito de paz e força para todos nós”, declarou a doutoranda em Clínica Médica, Kellen Natalice (Kaiowá). Após a fala, Kellen entoou canto do povo Kaiowá, sobre a volta do pássaro, que representa a volta de sua alma.

Breno agradeceu pela entrada na universidade. “O sentimento maior é de gratidão por todos aqueles que me ajudaram, minha família e até mesmo a Unicamp. São apenas duas vagas, mas que podem servir de exemplo para as outras faculdades que infelizmente não aderiram”, disse, desejando que possa contribuir ainda mais com o nome da faculdade. 

Halley destacou as dificuldades do ingresso. “Desde o momento em que pus o pé na Unicamp, meus colegas disseram que foi difícil a luta para colocar as vagas indígenas nessa faculdade. Estou muito feliz por toda a luta que tiveram. Espero representar muito bem o meu povo, assim como todas etnias indígenas, para que nos anos seguintes mais pessoas arrumem espaço por aqui e se tornem bons profissionais”, declarou. 

Verônica Fabrini, da Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (CAIAPI), tem coordenado o recebimento dos acadêmicos. Ela distribuiu a flor do cedro-rosa a alguns presentes. “Desejo muito que isso cresça e crie raízes profundas, nos ensinando que temos que resgatar tantos conhecimentos dos quais os povos originários são portadores – conhecimentos esses que deram contas de pandemias e outros sofrimentos no passado”, disse.

Participaram ainda do plantio, pela FCM, o diretor associado Erich Vinicius de Paula, o coordenador do curso de graduação em Medicina da FCM, Fábio Husemann Menezes, e os docentes Edison Bueno, Fernanda de Castro Surita, Luis Fernando Farah de Tófoli e Herling Gregorio Aguilar Alonzo, e pela administração central da Unicamp, o pró-reitor de graduação da Unicamp, Ivan Felizardo Contrera Toro.

Fotos: Marcelo Oliveira/ARPI


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