Reunida com cientistas do mundo todo, docente da FCM participa de encontro sobre o preparo para futuras pandemias
Publicado por: Camila Delmondes
25 de julho de 2023

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Cientistas de 29 países participam da São Paulo School Advanced Science on Epidemic Preparedness, evento organizado pela Fapesp, em São Paulo, de 10 a 22 de julho de 2023/Foto: divulgação

Docente do Departamento de Saúde Coletiva (DSC) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a médica epidemiologista Maria Rita Donalisio Cordeiro fez parte de um grupo seleto de 100 cientistas, do Brasil e do mundo, que participou da Escola São Paulo de Ciência Avançada de Preparação para Epidemias (do inglês - São Paulo School Advanced Science on Epidemic Preparedness). Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o evento aconteceu na capital paulista, de 10 a 22 de julho, com o objetivo de proporcionar um espaço de formação e diálogo interdisciplinar entre a comunidade científica mundial, no contexto das emergências epidemiológicas.

Membro da comissão organizadora da Escola, a docente da FCM contou que no período de duas semanas, os pesquisadores passaram por um conjunto de palestras e simulações que estimulavam o raciocínio e a tomada de decisões em grupos multidisciplinares, a partir dos conceitos, dados e pilares estruturantes, tais quais, da epidemiologia, modelagem matemática e estatística, genômica, vigilância epidemiológica, políticas públicas de saúde, imunologia e comunicação com a sociedade.

Na primeira semana, além das palestras, os participantes visitaram instituições estratégicas como Instituto Butantan, Laboratório de Biologia Molecular e Sequenciamento Genético, Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP) e Laboratório de Modelagem Matemática  da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Na segunda, assistiram a palestras e participaram de simulações de crises epidemiológicas a partir de diferentes situações e cenários, vivenciando uma sala de situação em diferentes momentos de uma epidemia.

O objetivo foi que cada grupo de 10 participantes provenientes de disciplinas distintas trabalhassem juntos para responder ao cenário de emergência proposto a cada dia. Ao final, apresentaram para toda a Escola, o planejamento e as estratégias de enfrentamento da situação simulada. Esta foi em parte, semelhante à vivenciada na pandemia de Covid-19, que apenas no Brasil dizimou a vida de mais de 700 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde.

Confira aqui a programação completa.

A epidemiologista Maria Rita Donalisio Cordeiro, docente da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e uma das organizadoras da São Paulo School Advanced Science on Epidemic Preparedness/Foto: divulgação

“A pandemia de Covid-19 foi uma crise nunca antes vivida na história recente, embora tenhamos tido outras epidemias como a Influenza A H1N1, arboviroses, febre amarela, e muitas outras – em que nós, enquanto sociedade, poderíamos ter aprendido um pouco mais. Uma das coisas que aprendemos com a SARS-CoV-2 é que precisamos de todo mundo, ou seja, de multidisciplinaridade. Precisamos de agentes políticos, epidemiologistas, matemáticos, profissionais de saúde, rede de laboratórios, comunicadores [...], ou seja, de uma estrutura que consiga captar e responder  oportunamente , aos diversos desafios de uma emergência sanitária”, disse Maria Rita, em relação às reflexões levantadas durante o encontro.

A epidemiologista também apontou a necessidade de maior articulação entre os campos da Saúde Animal, Saúde Ambiental e Saúde Humana. “Hoje temos falado sobre o conceito One Health (Saúde única), de modo que um distúrbio ecológico ou um distúrbio de Saúde Animal, também está conectado com a Saúde Humana. Grande parte das doenças novas que surgem são zoonoses, , doenças de animais que passam a circular entre os seres humanos. Assim, precisamos pensar soluções de proteção [a esses três ecossistemas]”, afirmou.

A velocidade de disseminação de doenças em um mundo globalizado, a aproximação das universidades e centros de pesquisa com o poder público, investimento na rede primária de serviços de saúde e a maior participação da sociedade foram outros temas abordados durante a Escola. “Muitas respostas podem ser dadas em tempo real, em salas de situação ou comitês de contingência, em que várias expertises estão reunidas para atuar em determinada situação de emergência, a exemplo do que observamos em alguns municípios durante a pandemia de Covid-19. Do ponto de vista da comunicação em saúde, precisamos avançar no desenvolvimento de habilidades que nos aproximem de grupos culturalmente diferentes. Este é um desafio dos serviços de saúde e também uma autocrítica que fazemos, enquanto Universidade”, concluiu Maria Rita.



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